ATA DA NONAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 03-10-2011.
Aos
três dias do mês de outubro do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário
Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às
quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida
pelos vereadores Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, Elói
Guimarães, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Antonio
Dib, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nilo
Santos, Paulinho Rubem Berta e Pedro Ruas. Constatada a existência de quórum, o
senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão,
compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni,
Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto,
Luciano Marcantônio, Lurdes da Lomba, Luiz Braz, Mario Manfro, Maristela
Maffei, Mauro Zacher, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon, Tarciso
Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo
vereador Luiz Braz, o Projeto de Resolução nº 031/11 (Processo nº 3229/11). Do
EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 997/11, da senhora Júnia Cristina França Santos
Egídio, Coordenadora-Geral de Convênios do Ministério do Turismo. Durante a
Sessão, foram aprovadas as Atas da Septuagésima Sétima, Septuagésima Oitava,
Septuagésima Nona, Octogésima e Octogésima Primeira Sessões Ordinárias, da
Décima Quarta, Décima Quinta e Décima Sexta Sessões Extraordinárias e da Décima
Nona, Vigésima e Vigésima Primeira Sessões Solenes. Na oportunidade, o vereador
Pedro Ruas formulou Requerimento verbal, solicitando autorização para
ausentar-se deste Plenário, em visita às obras de construção do novo estádio do
Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, tendo o senhor Presidente determinado que
esse Requerimento fosse apresentado por escrito. A seguir, o senhor Presidente
concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Cleonilton Moraes Almeida, Coordenador-Geral
do Piquete Aporreados do 38, que discorreu sobre projetos culturais do
Acampamento Farroupilha 2011. Em prosseguimento, nos termos do artigo 206 do
Regimento, os vereadores Pedro Ruas, Aldacir José Oliboni, Bernardino
Vendruscolo, Elói Guimarães e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e seis minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas
e quarenta e sete minutos. Após, foi apregoado Requerimento de autoria do
vereador Airto Ferronato, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, do dia
de hoje ao dia dezessete de outubro do corrente, tendo a senhora Presidenta
declarado empossada na vereança a suplente Lurdes da Lomba, após a entrega de
seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal e
indicação do nome parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão
de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Em continuidade, a senhora
Presidenta concedeu a palavra à vereadora Lurdes da Lomba, que se pronunciou
nos termos do § 8º do artigo 12 do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER,
pronunciou-se a vereadora Lurdes da Lomba. A seguir, foi apregoado o Ofício nº
882/11, do senhor Prefeito, solicitando o arquivamento do Projeto de Lei do Executivo
nº 018/11 (Processo nº 1510/11). Após, foi apregoado Requerimento de autoria do
vereador Reginaldo Pujol, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia
vinte e nove de setembro do corrente. Também, foram apregoados os seguintes
Memorandos, deferidos pela senhora Presidenta, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo: nº 057/11, de autoria do vereador
Adeli Sell, hoje, no seminário Poluição Visual e Paisagem Urbana, às treze
horas e trinta minutos, na Federação das Associações Comerciais e de Serviços
do Rio Grande do Sul – FEDERASUL –, em Porto Alegre; nº 028/11, de autoria do
vereador Sebastião Melo, hoje, no Fórum Concertação Ambiental – Soluções
Sustentáveis para Porto Alegre, às quatorze horas e trinta minutos, na
FEDERASUL, em Porto Alegre; e nº 042/11, de autoria do vereador Waldir Canal,
hoje, no lançamento oficial do Mês do Idoso 2011, às dez horas, no Salão Nobre
do Paço dos Açorianos, em Porto Alegre. Ainda, foi apregoado Requerimento de
autoria do vereador Pedro Ruas e das vereadoras Fernanda Melchionna e Maria
Celeste, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo, hoje, para acompanhar incidentes
verificados nas obras de construção do novo estádio do Grêmio Foot-Ball Porto
Alegrense, em Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores
Luiz Braz e Luciano Marcantônio. Às quinze horas e trinta e cinco minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta
de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezesseis horas e três minutos. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Alceu Brasinha, Maria
Celeste, Luciano Marcantônio, Fernanda Melchionna, Maristela Maffei, Luiz Braz
e Pedro Ruas, este pela oposição. Em TEMPO DE PRESIDENTE, manifestou-se a
vereadora Sofia Cavedon, Na oportunidade, a senhora Presidenta registrou as
presenças, neste Plenário, das senhoras Maria do Rosário, Ministra de Estado da
Secretaria de Direitos Humanos, e Márcia Santana, Secretária de Políticas para as Mulheres
do Governo do Estado do Rio Grande do Sul,
convidando-as a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra à
ministra Maria do Rosário, que discorreu sobre as políticas de direitos humanos
desenvolvidas pelo Governo Federal. Às dezessete horas e vinte e três minutos,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão
Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do
Executivo nº 005/07 (Processo nº 4079/07), em sua parte vetada, considerando-se
mantido o Veto Parcial oposto, por vinte e cinco votos NÃO, após ser discutido
pelos vereadores Adeli Sell e Beto Moesch, tendo votado os vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Dr. Raul
Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Haroldo de
Souza, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano
Marcantônio, Luiz Braz, Lurdes da Lomba, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro
Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Reginaldo Pujol, Tarciso Flecha
Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Em Votação, foi aprovado Requerimento de
autoria do vereador Nilo Santos, solicitando renovação de votação para o Projeto
de Lei do Executivo nº 013/11 (Processo nº 1071/11), após ser encaminhado à
votação pelo vereador Engenheiro Comassetto. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº
077/11 (Processo nº 3288/11). Foi
aprovado Requerimento de autoria do vereador Aldacir José Oliboni,
solicitando a retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 100/10
(Processo nº 2339/10). Em prosseguimento, foram apregoados os seguintes
Requerimentos, deferidos pela senhora Presidenta, solicitando autorização para
representar externamente este Legislativo: de autoria do vereador Adeli Sell
(Processo nº 3328/11), no dia cinco de outubro do corrente, no Encontro de
Comunicação Integrada para o Legislativo, no Município de Caxias do Sul – RS –;
e de autoria da vereadora Sofia Cavedon (Processo nº 3348/11), nos dias seis e
sete de outubro do corrente, em reunião no Ministério do Desenvolvimento
Agrário, em Brasília – DF. Às dezessete horas e quarenta minutos, o senhor
Presidente declarou encerrada a Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se
os vereadores Adeli Sell, em tempo cedido pelo vereador Nilo Santos, Paulinho
Rubem Berta, Reginaldo Pujol e Idenir Cecchim, este em tempos cedidos pelos
vereadores Nelcir Tessaro e Mauro Zacher. Na ocasião, nos termos do artigo 94,
§ 1º, alínea “g”, do Regimento, o senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao
vereador Engenheiro Comassetto, que relatou sua participação, em Representação
Externa deste Legislativo, nos dias quatorze, quinze e dezesseis de setembro do
corrente, em reunião do Conselho Nacional das Cidades, em Brasília – DF. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Reginaldo Pujol. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 096 e 148/11; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 009/11, os Projetos de Lei do Legislativo nos
080/09, 130, 141 e 151/11, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 094/11. Ainda, o vereador
Reginaldo Pujol pronunciou-se durante o período de Pauta. Durante a Sessão,
foram registradas as presenças, neste Plenário, do senhor Jorge Ribeiro, da
Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC –, dos senhores Mauro Borba,
Carlos Roberto Lofego Caníbal, Rodrigo Oliveira e Ubiratan de Souza e das senhoras
Maira Taborda, Ariane Leitão e Nina Becker. Também, os vereadores Alceu
Brasinha, Maria Celeste e Reginaldo Pujol manifestaram-se acerca de assuntos diversos.
Às dezoito horas e vinte e oito minutos, o senhor Presidente declarou encerrados
os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela
vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores DJ Cassiá e Toni Proença e
secretariados pelo vereador Toni Proença e pela vereadora Maria Celeste, esta
como Secretária “ad hoc”. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora
Presidenta.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para um Requerimento.
O SR. PEDRO
RUAS (Requerimento): Sr. Presidente, nós temos uma tarefa que nos é dada
pela sociedade neste momento. Peço sua licença para que possamos visitar
instalações onde houve um incêndio e um acidente com morte de um trabalhador,
próximo da Arena do Grêmio e da Av. do Parque. Nós gostaríamos de ir lá tendo a
licença dessa Presidência, dessa Mesa, pedindo que sejam tomadas as
providências cabíveis desde agora, porque gostaríamos de ir neste momento.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Pedro Ruas, por gentileza, peço que o senhor
formalize o Requerimento. De parte da Mesa, é acolhido o seu pedido e o da Verª
Fernanda.
O SR. PEDRO
RUAS: Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Maria Celeste procederá à leitura das
proposições apresentadas à Mesa.
A
SRA. SECRETÁRIA ad hoc (Maria
Celeste): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)
O
SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Passamos à
O Sr. Cleonilton Moraes Almeida, representando o
Piquete Aporreados do 38, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10
minutos, para tratar de assunto relativo ao Projeto Cultural no Acampamento
Farroupilha 2011.
O SR.
CLEONILTON MORAES ALMEIDA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, boa-tarde a
todos. Venho aqui tratar de um tema recém ocorrido no mês de setembro. Quero
dizer que sou um porto-alegrense nato, nasci em Porto Alegre, amo e adoro esta
Cidade, gosto de viver nas ruas que Porto Alegre nos proporciona. Ainda na
infância, fui a alguns sítios e chácaras de amigos, pegando gosto pelas
tradições do Rio Grande do Sul. Então, como cidadão urbano, passei também a
cultivar as tradições do nosso Estado, fazendo isso com muita dedicação.
Em 1986, fundamos o
Piquete Aporreados do 38 no Parque da Harmonia, em uma daquelas churrasqueiras
que ainda existem por lá. Nesta semana, ainda lembrava das duas ocasiões em que
estive aqui na Câmara. Praticamente inauguramos este plenário quando as sessões
eram realizadas no plenário antigo. Com a colaboração do Ver. Pedro Ruas,
comemoramos aqui os dez anos do Piquete Aporreados do 38. Então, fico muito
satisfeito por vir aqui novamente e falar aos senhores nesta tribuna.
O motivo que me traz aqui
neste ano é simplesmente a destruição, pela Secretaria Municipal de
Cultura, de projetos de grande relevância social que nós, Aporreados do 38,
vimos fazendo no Parque da Harmonia. A menos de 20 dias da execução do nosso
projeto, que é pensado, é elaborado, é estudado, pesquisado durante todo o ano,
assim que acaba a edição do Acampamento e montamos toda a estrutura para ocupar
a nossa área, a 20 dias de acontecer isso, a Secretaria nos traz a notícia de
que simplesmente nós não teríamos a área onde executaríamos o nosso projeto.
Ficamos tristes, muito tristes com isso. Um evento que se tornou a atração
turística da nossa cidade... vocês podem observar, na nossa área (Aponta para
PowerPoint.), em algumas fotos, já montamos a réplica da Charqueada de São João
de Pelotas, montamos o Palácio da República de Piratini, no ano passado.
Os nossos projetos são visitados, anualmente, por
um público aproximado de 60 mil pessoas, sendo em torno de 5 mil estudantes que
vêm de todas as categorias da Região Metropolitana de Porto Alegre. Nas últimas
edições, um público aproximado de 500 mil pessoas passou por dentro dos nossos
projetos. E, simplesmente, numa atitude totalmente impensada e totalmente sem
fundamento, acabaram por nos deixar sem executar o projeto deste ano, que era o
projeto da grande construção réplica de um galpão de estância.
Então, senhores, vimos aqui expor esse problema
para vocês, para que saibam do que está acontecendo no Acampamento Farroupilha,
porque, muitas vezes, coisas que acontecem ali não chegam aos senhores por
devidos motivos, pelas atribulações que vocês próprios têm e, por isso, talvez
não tomem conhecimento. Mas, este ano, tenho certeza, tocaram os nossos
corações, e nós não vamos nos aquietar com isso. Nós vamos lutar, porque temos
fundamento, temos história, proporcionamos cultura para as crianças, para todas
as pessoas que vão nos visitar. Isso não pode acontecer! A gente faz a seguinte
reflexão, como daqui a três anos terá a Copa do Mundo em Porto Alegre, todos os
órgãos, o Prefeito fala sobre isso a todo o momento, e eu pergunto: qual é o
produto turístico que nós, na Capital do Rio Grande do Sul, temos para oferecer
a quem virá para ver a Copa do Mundo em Porto Alegre?
Eu vejo que os shoppings,
a Cidade em si, os museus, as galerias, nós encontraremos em todos os lugares
do mundo. Agora, aqui em Porto Alegre nós vamos encontrar, na Capital do Rio
Grande do Sul, a figura do homem gaúcho. Esse é o produto que nós queremos
mostrar para o exterior, porque esse produto ninguém tem no mundo, somente nós,
gaúchos, temos.
Então, senhores, eu quero fazer esta provocação no
sentido de que é muito importante que nós mantenhamos, que nós valorizemos
essas questões, porque vai ser o produto turístico especialíssimo da Capital do
Rio Grande do Sul. Esse é o nosso produto. E nós, enquanto produtores culturais
como somos, e já estávamos num caminho, digamos, concretado de apresentação de
projetos culturais, e a três edições da Copa do Mundo, a Secretaria de Cultura
vem e nos diz: vocês não poderão fazer o Projeto este ano. Inviabilizaram o
nosso Projeto. Por que inviabilizaram? Porque tiraram uma área onde estaria
montada uma tenda para cem pessoas, crianças e todos que tivessem interesse em
ver os clássicos que contam as histórias das tradições gaúchas no cinema.
Teríamos sessões de vídeo ali dentro, gratuitamente. Ou seja, para quem não
teve contato com essas obras, teria oportunidade de vê-las, pessoas de todas as
matizes, porque é assim que nós recebemos o nosso Acampamento. A nossa porteira
é aberta, todos entram, todos olham o nosso arsenal, com mais de seis mil itens
catalogados, e temos o maior prazer de expor, tanto para os porto-alegrenses
como para os visitantes, até do Exterior – Alemanha, China e Itália -, e todos
saem enfeitiçados com o que veem. Esse, ao nosso ver, é o nosso produto para a
Copa do Mundo.
Então, Srs. Vereadores, trago essa reflexão e o meu
protesto. Vim, hoje, trajado com essa túnica farroupilha em homenagem àqueles
homens simples de 1935, que pelearam, muitos deles, sem saber por que ali
estavam, mas que eram atrelados aos seus líderes, que foram grandes nomes da
economia do Rio Grande do Sul. Esta é a minha homenagem, e é assim que fazemos
o acampamento, pura e simplesmente, botando o pé no chão, construindo o projeto
para as pessoas verem.
Não sou muito bom na oratória, mas acho que me fiz
entender. Acho que como as coisas são simples, é pela maneira simples de falar
que se traduz o que a gente pensa. Por isso, mais uma vez, rogo aos senhores
que se sensibilizem com essa proposta e que, para o ano que vem, por favor,
façam contatos - não sei qual é a maneira política de chegarem a isso -, para
que possamos preservar esse espaço que sempre tivemos no Parque da Harmonia. Um
espaço que há onze, doze anos, ninguém queria, porque a água estava na altura
da canela dos cavalos; ninguém queria, é como se oferecessem um lugar na beira
do Guaíba para ficarmos. E o que fizemos? Não nos queixamos da Prefeitura,
dizendo que ela não fez isso ou aquilo; nós nos unimos à Prefeitura, doando os
canos para que fosse feita a irrigação daquele local, e, depois, colocamos, a
cada ano, várias e várias tombadeiras de saibro para que não acontecessem os
alagamentos. Muito obrigado a todos, foi uma honra estarmos aqui e conversarmos
com Vossas Excelências. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): Convido o Sr. Cleonilton Moraes Almeida,
Coordenador-Geral do Piquete Aporreados do 38, a tomar assento à Mesa.
O Ver. Pedro Ruas está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. PEDRO
RUAS: Eu quero cumprimentar o nosso querido Badaioca, liderança no tradicionalismo
rio-grandense e lembrar que o Aporreados do 38, Presidente DJ Cassiá, foi o
único piquete – portanto, o mais importante – que agarrou com uma tradição
farrapa a luta de 1994 para salvar o Parque da Harmonia, e salvou. Eu até botei
um bilhetinho na tribuna, mas eu acho que o Badaioca estava tenso, claro, para
lembrá-lo disso. Então todos que acampam devem à luta do Aporreados do 38 esse
trabalho extraordinário. Eu acho que houve uma grave injustiça. Eu conheço
muito esse trabalho há praticamente 20 anos. Então eu acho que o conjunto de
Vereadores, falo aqui em meu nome e da Verª Fernanda Melchionna, e faço um
apelo aos Vereadores, deve se sensibilizar com essa luta, porque ela é justa, é
nossa e ela tem que ser vitoriosa. Parabéns pelo teu protesto, Badaioca, conta
conosco.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Saúdo o nobre Presidente, Ver. DJ Cassiá; saúdo e dou as boas vindas ao
Cleonilton, um homem dedicado, muito atuante na Semana Farroupilha e que tem
marcado presença, inclusive aqui na Câmara, em vários eventos. Eventos que
dialogam com a cultura gaúcha e que trazem essa preocupação para nós, na
tribuna, quanto à questão da transparência e da prestação de contas desse
evento. A Bancada do PT é parceira por dois aspectos: primeiro, para nós, onde
há dinheiro público, tem que fazer uma prestação de contas, porque nós temos
que saber, aprovado no Orçamento Municipal, para onde foi esse recurso e como
ele foi utilizado; segundo, nesse evento há uma enorme parceria privada que, na
verdade, recebe esses recursos e não diz à sociedade onde aplicou esse recurso.
Por isso a Câmara, aqui, tem sido sensível e solidária ao movimento de vocês,
porque tem vários projetos que dialogam nessa área, um deles, de minha autoria,
obriga o Poder Público a fazer uma prestação de contas 30 dias após o evento,
exatamente para nós sabermos onde foram aplicados esses recursos. Foi na
drenagem do parque? Ótimo, se foi, excelente, porque todos nós queremos saber!
Estas milhões de pessoas que ali circulam, nestes dez, quinze dias, possam ter
um local mais aprazível, mais adequado, e, chovendo ou não, seja um parque que
tenha condições de receber esse público. Tua vinda é pertinente, a Bancada do
PT lhe parabeniza, e dizemos que, com certeza, somos solidários e apoiadores de
um parque temático, de algo que possa trazer para Porto Alegre algo importante
para a cultura, mas também aprazível e acolhedor para a população gaúcha.
Parabéns e um abraço.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra,
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR.
BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver. DJ, falo pelas Bancadas do PMDB e do PP, de
forma que inicio, Nito, falando em nome do Governo, dizendo que o Governo
quando tomou a decisão de encolher seu espaço, foi em razão das necessidades
que tem lá de contemplar outros piquetes. Então esse é o recado do Governo para
que V. Sª entenda o motivo por ter sido reduzido seu espaço.
Agora fala o Ver. Bernardino, que agradeço o Ver.
Cecchim por ter me permitido usar deste espaço. É verdade, sim, muito do que
disse aqui o Ver. Oliboni; agora o Ver. Oliboni, nos próximos dias, vai ser
Deputado Estadual e vou pedir que V. Exª, como Deputado Estadual, faça o que
este Vereador fez como Vereador, e se V. Exª tiver dúvidas, use a pesquisa que
fiz, onde digo que tem desvio de recurso público, mas não é só recurso do
Município, é recurso do Estado. Então, V. Exª está convidado a fazer, como
Deputado, exatamente o que nós fizemos.
Nito, gostaria de dizer que tudo isso que tu vens
fazendo ao longo destes anos, não é com recursos públicos, e isso precisa ser
dito. Por que nos indignamos? Porque lá vamos enxergar a Nestlé, que nada tem a
oferecer a não ser o chocolate. Então, com todo o respeito, é por isso que nos indignamos, nós não aceitamos a forma como os governos – não é
este Governo, são todos eles – enxergam e a atenção que dão à nossa cultura.
Infelizmente, nós estamos perdendo tempo.
Quando o Nito diz: “A
Capital do gaúcho...” Permita-me uma correção: A Capital internacional do
gaúcho, porque nós estamos vendo que há CTGs, DTGs, piquetes e gente cultuando
as nossas tradições no mundo inteiro. Se há no mundo inteiro, aqui é a Capital
internacional do gaúcho! E nós não podemos abrir mão de um parque temático da
cultura gaúcha contemplando todas as etnias que formaram a sociedade
rio-grandense. Um museu do gaúcho, um Acampamento Farroupilha decente para a
Copa do Mundo.
Então, meus
cumprimentos por isso. E fique atento: há uma corrente, inclusive tem um
representante aqui dentro, que quer ver o Acampamento lá no Porto Seco também.
Não se engane.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.
Cleonilton, dos Aporreados do 38; João Neves da Fontoura, um dos maiores
tribunos gaúcho, dizia que duas armas são invencíveis: o cavalo e a retórica.
Muito bem, eu acho que está faltando juntarmos uma série de peças nesse
processo, porque aquele espaço ali foi construído por vocês, por todos nós,
essa grande comemoração, rememoração de fatos épicos e episódios fundamentais
na História do Rio Grande do Sul, que é o Acampamento Farroupilha. Eu acredito
que há espaço, sim, para um grande entendimento, no sentido de traçarmos ali as
verdadeiras diretrizes. Penso como V. Sª, também, que autoridade pública tem
que dialogar, ajustar-se com os piquetes, principalmente com o Piquete da
notabilidade dos Aporreados do 38, que tem trazido para o Acampamento os nossos valores e as nossas tradições. Portanto, diga aos seus
companheiros da cavalaria, enfim, companheiros de encilha e de luta cultural
tradicionalista que podem contar conosco aqui, sim. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente; Sr
Cleonilton Moraes Almeida; eu tenho a satisfação de reencontrá-lo hoje, aqui
nesta Casa. Lembro bem que há alguns anos, quando se buscou alterar a lei que
oficializou os festejos da Revolução Farroupilha aqui no Município, V. Sª me
fez uma visita perguntando se eu concordava que fosse feita a alteração para
incluir na Mesa, entre as várias entidades que já estavam ali nominadas, o
Piquete que V. Sª coordena. Indubitavelmente, não tive a menor restrição,
fiquei até satisfeito de saber que a abrangência do Movimento Tradicionalista
Gaúcho comportava essa diversidade que o senhor e os seus companheiros de
jornada tão bem representam.
Quero, de coração,
dizer a V. Sª que, de certa maneira, me sinto muito frustrado, porque a lei que
elaboramos na Casa, a meu juízo, está muito longe de ser cumprida; muito longe
de ser cumprida! Nós estamos reduzindo, em muito, o que seria a grande ativação
da cultura farrapa, da cultura do Rio Grande. Há poucos dias, tive a
oportunidade, discutindo com uma pessoa de São Paulo - que, ironicamente, dizia
que nós festejávamos uma derrota -, de lhe responder à altura, dizendo que eles
também festejavam 1932, quando fizeram a Revolução Constitucionalista,
derrotados nas armas, mas vitoriosos nas ideias. Acho que o mais importante da
Revolução Farroupilha foi exatamente esse amálgama de vários pensamentos que os
nossos visionários legionários de 1835 incorporaram.
Então, quero dizer ao
senhor que tenho, com muita insistência, me dirigido ao meu companheiro
Bernardino Vendruscolo para que reativemos aqui, na Câmara Municipal, uma
Frente Parlamentar que foi instituída com o objetivo
de esgotar por inteiro esse assunto do Parque Temático da Estância da Harmonia
com a qual eu tenho um vínculo, pois eu ajudei a fazer a Estância da Harmonia
com o Curt Zimmermann, que foi o seu grande idealizador, e com o Secretário de
Obras da época, Ranzo Francisquini. Nós trazíamos os rejeitos urbanos,
especialmente da construção civil, para fazer o aterro em cima do qual saiu a
Estância da Harmonia e inclusive esta área em que hoje estamos instalados. Por
isso eu fico muito feliz em recebê-lo. Acho que a sua luta não é inconsequente;
a luta pelos espaços é positiva. Triste seria se, nesta hora, não se brigasse
pelo lugar para o acampamento nativista, que ele estivesse tapera, vazio. Não.
Briga-se por lugar, e os melhores têm que ser respeitados. Vou dar o meu
depoimento pessoal: acho que o seu Piquete está entre os melhores e maiores que
o tradicionalismo gaúcho dispõe. Meu abraço.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Faço minhas
as palavras dos Vereadores que aqui se manifestaram pelas suas Bancadas, por
dois minutos, e também me coloco à disposição, Ver. Bernardino, dos colegas que
têm a vontade de formar uma Frente, e já existe a Frente. Eu mesmo cansei de
subir nesta tribuna para reivindicar, por parte dos políticos e até mesmo de
uma parte da sociedade, mais atenção com a nossa cultura, seja da bandeira que
for. A bandeira da cultura deve ser uma só, e a cultura é fundamental para o
desenvolvimento da nossa sociedade, principalmente desta que o senhor está
defendendo neste momento. Coloco esta Casa à disposição em nome da nossa
cultura do Rio Grande do Sul. Agradeço, mais uma vez, a entidade Piquete
Aporreados do 38, no nome do Sr. Cleonilton Moraes Almeida, que é o nosso
Coordenador-Geral. Agradeço a sua presença aqui e parabéns pela sua luta.
Estamos engajados com o senhor. Suspendo os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às14h46min.)
O SR.
PRESIDENTE (DJ Cássia – às 14h47min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Airto Ferronato solicita Licença para
Tratamento de Saúde no período de 3 de outubro a 17 de outubro de 2011. A
Suplente Lurdes da Lomba assumirá no lugar do Ver. Airto Ferronato. Solicito à
Suplente Lurdes da Lomba que entregue seu Diploma e a Declaração de Bens a esta
Mesa.
(Procede-se
à entrega do Diploma e da Declaração de Bens.)
(A Verª Sofia Cavedon assume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Agradeço ao Ver. DJ Cassiá. Parabenizo com muita
alegria a assunção da Lurdes, uma guerreira, uma militante da luta popular, da
luta socialista, construtora das grandes conquistas da Lomba do Pinheiro,
representante de uma comunidade aguerrida.
Solicito que
os presentes, em pé, ouçam o compromisso que a Suplente Lurdes da Lomba
prestará a seguir.
A SRA. LURDES DA LOMBA: "Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre,
defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o
mandato que me foi conferido pelo povo." (Palmas.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Declaro empossada a Verª Lurdes da Lomba. O
nome de V. Exª já está aqui consignado, Lurdes da Lomba. V. Exª integrará a
Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, CEFOR.
Prestigia a posse da Verª Lurdes da Lomba o Engenheiro Jorge Ribeiro,
representando o Diretor-Presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari.
A Verª Lurdes da Lomba pode se manifestar, conforme art. 12, do
Regimento.
A Verª Lurdes da Lomba está com a palavra.
A SRA. LURDES DA LOMBA: Srª Presidente, querida Verª Sofia Cavedon; obrigada por suas palavras;
prezados Vereadores e Vereadoras; prezados senhores, amigos e amigas; há quase
uma centena de assinaturas de presenças neste ato, e, para não deixar ninguém
de fora, quero agradecer ao Antonio Elizandro, do Partido Socialista Brasileiro
e cumprimentar, também, todos os do PSB. Em nome da querida Lomba do Pinheiro,
que eu amo de paixão e de coração - é a minha vida -, e em nome da Terezinha
Beatriz Medeiros, Presidente da Associação dos Moradores da Vila Nova São
Carlos, eu quero saudar todos e dizer que sejam bem-vindos. Saúdo também a
Priscila, Conselheira Tutelar; os meus queridos filhos Evandro, Lisiane,
Benjamin, Kelen, Kamila e Wagner, e os meus netos Cléber,
Artur, Laura, Lázaro, Kevi e Bili.
É com muita alegria e
honra que chego a esta tribuna, Srª Presidente, como Vereadora, substituindo
temporariamente o Ver. Airto Ferronato. Que responsabilidade esta minha durante
esses dias em que ficarei aqui! Venho com a mesma independência que pauta a
conduta do Vereador aqui nesta Casa. Nesse período vou trabalhar por toda a
cidade de Porto Alegre, por cada uma e a cada um desta Capital, e em especial,
mas muito em especial, pela minha querida Lomba do Pinheiro, onde moro e pela
qual luto por melhorias na comunidade. O que for bom para a Cidade e
principalmente para o povo vai contar com o meu apoio e o meu voto, Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras.
Quero me colocar à
disposição dos colegas Vereadores e Vereadoras para o debate dos Projetos e
também quero pedir o seu apoio nesta minha passagem pela Câmara.
Quero saudar a
democracia, porque foi ela que me trouxe até aqui. Sou uma pessoa de origem
humilde, mas de muita garra. Não desisto de uma luta e sempre tenho esperança
de contribuir na construção de melhorias para todos.
Venho do Interior, lá
da cidade de Soledade, Palmeira das Missões e da Fazenda Anoni, sempre na luta
pela terra prometida, trabalhando pelos direitos das trabalhadoras e
trabalhadores. Há mais de 20 anos cheguei à Lomba do Pinheiro participando
ativamente da luta pela anexação da Lomba do Pinheiro a Porto Alegre. Com
orgulho quero representar a comunidade da Lomba do Pinheiro, onde obtive a
grande maioria dos meus votos, lá onde eu moro, onde participo de diversas
frentes de luta, sempre junto com a comunidade.
Mas, colegas, quero
destacar que não cheguei aqui sozinha; tive, a ao longo da caminhada, grandes parceiros que me incentivaram. Por isso, cito o nome do nosso querido
Deputado Federal e hoje Secretário de Infraestrutura do nosso Estado, o
Deputado Beto Albuquerque; do nosso querido Deputado Luiz Noé; do Deputado
Federal Stédile, bem como dos nossos queridos Deputados Estaduais do PSB:
Deputado Catarina, Deputado Schuch e Deputado Miki Breier; cito os companheiros
e companheiras do PSB, Partido que me acolheu e que representa os meus ideais
de luta. Teria muitas outras pessoas a quem agradecer, mas temo esquecer de
alguém.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Lurdes
da Lomba continua a sua manifestação, a partir deste momento, em Comunicação de
Liderança.
A SRA. LURDES DA LOMBA: Por isso, o meu
agradecimento especial também aos meus familiares e amigos e amigas de várias
comunidades, principalmente da Lomba do Pinheiro.
Entre várias
bandeiras de luta, quero enfatizar algumas. Destaco a importância da Educação
Infantil: acredito que ela precisa ser olhada com mais responsabilidade no que
se refere à gestão para o alcance dos objetivos voltados às crianças, sem
perder de vista a valorização dos trabalhadores que contribuem efetivamente
para a execução dessa política.
Quero destacar a
importância das outras políticas voltadas à criança e ao adolescente, à saúde,
à assistência social, ao esporte, à cultura e outras. Da mesma forma, destaco a
luta das associações de moradores do Movimento Popular.
Outra política que
destaco, pois a considero muito importante, é a questão de gênero. Nós,
mulheres, vivemos lutando com muita dificuldade, mas com muita
responsabilidade, para que os nossos direitos também sejam reconhecidos; somos
mulheres trabalhadoras, mães, donas de casa, enfim, todas nós lutamos
diariamente, não só por nós, mas por todos os nossos familiares e por nossa
comunidade.
Sou a primeira mulher
socialista a assumir nesta Casa, em quase 20 anos de Bancada do PSB. Também é
uma bandeira nossa a questão fundiária na Lomba do Pinheiro. É uma luta
constante pela regularização, pois é preciso dar tranquilidade para os
milhares de moradores.
Precisamos também, em toda a Cidade, de um
transporte público eficiente e digno para todos, pois, meus colegas Vereadoras
e Vereadores, somente com igualdade de oportunidades teremos uma sociedade mais
justa e digna de se viver. Muito obrigada, e que Deus nos acompanhe!
Podem contar com esta companheira durante os dias
em que aqui passarei. Todos os Projetos que vierem para deixar nossos
porto-alegrenses mais felizes e que venham beneficiar a nossa periferia podem
contar com esta companheira. (Palmas.)
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Parabéns, Lurdes, podes ocupar o teu lugar na
bancada. A Lomba está inscrita no painel! A Lomba merece, porque a Lomba é
democracia pura. (Palmas.)
Apregoo a solicitação de arquivamento do Processo
nº 1510/11, que trata do PLE nº 018/11, que se propunha a declarar de Utilidade
Pública a Sociedade de Tênis, Educação e Participação Social - STEPS, em face
da necessidade de reinstrução do mesmo, assinada pelo Prefeito José Fortunati.
Apregoo o Memorando de autoria do Ver. Reginaldo
Pujol, que solicita Licença para Tratamento de Saúde, nos
termos do atestado médico em anexo, no dia 29 de setembro de 2011.
Apregoo o Memorando nº 057/11, de autoria do Ver.
Adeli Sell, que solicita representar esta Casa no Seminário Poluição Visual e
Paisagem Urbana do Fórum Concertação Ambiental, no dia 03 de outubro, às
13h30min, na FEDERASUL.
Apregoo o Memorando nº 042/2011, de autoria do Ver.
Waldir Canal, que solicita representar esta Casa Legislativa, no lançamento
oficial do Mês do Idoso 2011, que ocorrerá no dia de hoje, a partir das 10h, no
Salão Nobre do Paço dos Açorianos, conforme convite que segue em anexo.
Apregoo o
Memorando nº 028/11, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que solicita
representar esta Casa no dia de hoje, às 14h30min, no Fórum Concertação
Ambiental - Soluções Sustentáveis para Porto Alegre, na Federasul, em Porto
Alegre.
Passamos ao
Explico aos colegas municipários que acordamos na
Mesa manter as duas manifestações de Grande Expediente, sendo que, na
sequência, chamaremos a Reunião Conjunta das Comissões para tratar do Projeto
de interesse dos senhores, aliás, conquista dos senhores.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. LUIZ
BRAZ: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, este período de Grande Expediente é sempre muito importante para todos
os Vereadores, porque, afinal de contas, ele acontece uma vez em cada semestre.
Então, quando a gente vem para um Grande Expediente, tem que aproveitar para
colocar um pouco do trabalho realizado pelos Vereadores e por aquele que ocupa
esta tribuna.
Aproveitarei este momento para
fazer, inicialmente, uma espécie de prestação de contas com relação ao meu
mandato. Todo o mundo sabe que, desde o início, quando eu vim para a Câmara
Municipal, a minha função era a de comunicador. Eu trabalhava em uma emissora
de rádio e, como radialista, naquela época, tinha um programa baseado em ações
sociais. Isso fez com que eu viesse aqui para a Câmara Municipal em 1983, para
ocupar, pela primeira vez, o meu mandato.
Eu continuei aqui na Câmara Municipal a fazer ações
sociais, que foram a base do meu mandato. Assim, o Show do Quilo, que está
completando 30 anos de existência neste ano, nunca deixou de existir. Ele
sempre procurou, de alguma forma, fazer com que pessoas mais necessitadas
recebessem alimentos, através de instituições que prestam serviço para a
sociedade.
O nosso Show do Quilo é realizado quatro vezes por
ano. O último Show do Quilo foi feito no Teresópolis Tênis Clube, no qual
arrecadamos em torno de 5 mil quilos de alimentos. Na ocasião, distribuímos
prêmios para as pessoas que lá compareceram. Fizemos contato com as algumas
escolas. A Creche Ursinhos Carinhosos, a Escola Estadual Coronel Aparício Borges e a Escola Municipal Professora
Judith Macedo de Araújo participaram do nosso Show do Quilo. De alguma
forma, fizemos com que essas escolas pudessem, também, entrar em contato com
segmentos da nossa sociedade, para também receberem algum tipo de benefício com
a sua participação dentro do Show do Quilo.
Todos estão convidados para o próximo
Show do Quilo, no dia 23 de outubro, às 14h, no Lindóia Tênis Clube. É uma atividade muito interessante, e eu tenho certeza absoluta de que
as pessoas que forem lá participar comigo no Show do Quilo não vão se
arrepender. Normalmente a gente leva para esse Show do Quilo grandes nomes da
música e, também, grandes artistas que participam conosco, gente ligada à
cultura do Rio Grande do Sul.
Também temos o Dia da
Solidariedade - da época da rádio, também -, quando levamos médicos, dentistas,
advogados, assistentes sociais para prestarem atendimento à população. Nessa
fase mais presente, em que o Dia da Solidariedade está quase completando 14
anos, a última vez foi realizado no dia 28 de agosto, lá na Ação Social Dom
Orione, na Vila Cruzeiro do Sul. Sempre procuramos uma região mais carente de
serviços públicos, a fim de que lá possamos prestar um atendimento à população
que é, realmente, muito carente, não apenas de recursos financeiros, mas,
principalmente, de uma consulta médica ou de um atendimento por parte do Município
ou do Estado. Há alguns colegas Vereadores, que são ligados a entidades
comunitárias, e que costumam fazer com mais frequência o que fazemos no Dia da
Solidariedade, como o meu amigo Paulinho Rubem Berta, que está lá em contato
com a comunidade e que tem esse costume de levar profissionais mais
seguidamente às suas regiões. Nós fazemos o Dia da Solidariedade para várias
regiões da Cidade, não temos uma região específica para onde levar os
profissionais. O Dr. Raul, inclusive, já esteve presente conosco neste Dia da
Solidariedade, como o Dr. Goulart, porque o nosso objetivo é fazer com que as
comunidades, de alguma forma, recebam a visita de alguém que é ligado à vida
pública e de alguém que possa levar para eles, pelo menos, uma expectativa de
melhora, já que discutimos, no nosso dia a dia, a vida dessas pessoas que moram
em regiões mais periféricas.
O Sr. Paulinho
Rubem Berta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu gostaria de
agradecer o aparte, Vereador, e lhe dar os parabéns, a sua equipe toda está de
parabéns, e todos esses profissionais que levam, muitas vezes, formas de ajudar
na qualidade de vida dessas regiões. A gente faz isso no eixo da Baltazar; a
gente faz isso na Cidade, fazendo as festas comunitárias, levando prestação de
serviço, como o Dia da Solidariedade, que ajuda muita gente. Eu quero dizer que
os 30 anos do Show do Quilo é um orgulho para a cidade de Porto Alegre, ainda
vindo de quem vem, que é do Ver. Luiz Braz. Muito obrigado.
O SR. LUIZ
BRAZ: Muito obrigado, meu amigo, Ver. Paulinho Rubem Berta.
O Sr. Dr. Raul
Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Braz, eu
acredito que é importante manifestar o reconhecimento ao seu trabalho,
especialmente de quem conviveu e convive com o seu trabalho nessa área. A gente
que tem oportunidade, por ser da área da Saúde, de promover ações desse tipo,
como através do Lions Clube - do qual somos fundadores há mais de 10 anos -,
pudemos trabalhar juntos e presenciar o que é o Show do Quilo. Estivemos, inclusive,
no auditório Araújo Viana, onde será feita uma grande reforma, graças a Deus,
depois de muito tempo. Então, o Show do Quilo é espetacular, assim como o Dia
da Solidariedade, quando vemos o rosto daquelas pessoas tão necessitadas de
atendimento, e aquele atendimento, muitas vezes, ajuda a salvá-las,
encaminhando-as para um tratamento. Esse evento realmente faz alguma coisa pelo
social, e é importante para a Cidade.
O SR. LUIZ
BRAZ: Muito obrigado, meu amigo, Ver. Dr. Raul, que já participou conosco no
Dia da Solidariedade.
No último dia 23, neste plenário Otávio Rocha -
quando tivemos o plenário superlotado -, com essas nossas idas e vindas, com
esse giro que fazemos pela Cidade, nós observamos que existem muitas pessoas,
muitas lideranças que trabalham no campo da solidariedade, ajudando as pessoas
a sobreviverem de uma forma melhor. Então, nós resolvemos criar o Troféu
Solidariedade, que reúne, no mês de julho, aqui na Câmara Municipal, as
entidades assistenciais que indicam e votam nas pessoas que irão receber o
Troféu Solidariedade. E, no dia 23, este plenário superlotou, porque nós
tivemos aqui pessoas ligadas à Fundação Gerdau, recebendo o Troféu
Solidariedade, são pessoas reconhecidas por todos aqueles que pertencem ao
Terceiro Setor, e escolheram, votaram, na Fundação Gerdau, que veio aqui
receber o Troféu Solidariedade. Assim também a entidade Voluntárias da Mama, do
Hospital da PUC, que faz um trabalho maravilhoso, ajudando as mulheres das
regiões mais carentes, ou aqueles grupos que vão visitar o Hospital da PUC, que
possam, de alguma forma, também ter a oportunidade de fazer exames e detectar o
câncer de mama que, se precocemente detectado, pode ser tratado com muita
facilidade. Mas aquelas pessoas que deixam de fazer exames por muito tempo, às
vezes, realmente têm problemas muito sérios, pois o câncer de mama é a segunda
maior causa de morte. Então, a entidade, Voluntárias da Mama, também estive
aqui recebendo o Troféu Solidariedade. E mais outras lideranças que vieram aqui
participar do Troféu Solidariedade e que enriqueceram essa homenagem que,
espero um dia, ser um instrumento da nossa Câmara Municipal. Por enquanto,
estou utilizando-o como instrumento do nosso trabalho; ele é montado através do
nosso Gabinete, mas espero que um dia ele seja, realmente, um instrumento da
nossa Câmara Municipal.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz,
quantas ações – eu estava lhe escutando atentamente – V. Exª tem feito nesta
Cidade, e eu mesmo participei de algumas. E sou testemunha: o senhor ajuda as
pessoas. Lembro que, há muitos anos, o senhor iniciou esse trabalho na rádio,
depois vieram os outros; o senhor foi o pioneiro e nunca desistiu. O senhor
continua fazendo um trabalho para as pessoas que precisam, o senhor tem o
espírito público de ajudar as pessoas. Então, tenho certeza de que o Troféu
Solidariedade, nas suas mãos, tem muito valor, porque isso é a sua vida. Sempre
V. Exª participou e atuou nessa área, é a sua autenticidade, a sua alma, o seu
coração que falam quando o senhor faz esse trabalho. Queria lhe cumprimentar e
testemunhar que em todos os lados da Cidade por onde o senhor faz essas ações,
elas dão resultados para as pessoas, e é isso que nós devemos nos preocupar;
devemos nos preocupar com o coração, com a alma e com a vida das pessoas que
precisam. Meus cumprimentos, Vereador.
O SR. LUIZ
BRAZ: Muito obrigado, meu querido amigo, Ver. Idenir Cecchim. Eu ainda tenho
dois minutos do meu tempo e quero apenas comunicar aos meus amigos Vereadores e
Vereadoras que nós protocolamos um Projeto aqui na Câmara Municipal que tem a
preocupação de fazer com que o trânsito em nossa Cidade possa fluir de uma
maneira melhor. Eu acredito que os estacionamentos que temos nas grandes
avenidas e nas regiões de muito fluxo, esses estacionamentos laterais, muitas
vezes proíbem que nós tenhamos uma fluidez maior no trânsito. Assim sendo,
protocolamos um Projeto proibindo a Área Azul, que vai ser novamente licitada
no início do ano que vem, com licitação prevista para o mês de março. Entramos
com um Projeto de Lei para que sejam colocados à disposição esses espaços
destinados à Área Azul em grandes avenidas, nessa próxima licitação. Penso que
as grandes avenidas e regiões onde há grande fluxo de veículos devem ser
destinadas somente para que os automóveis possam se deslocar. Acredito que
teríamos, com toda certeza, ainda uma possibilidade de fazer com que, se os
automóveis vão parar menos tempo, tenhamos menos poluição nessas regiões de
grande fluxo da Cidade, e assim sendo, quem sabe possamos melhorar a vida da
região. O Projeto começou a tramitar agora e temos certeza absoluta de que os
Vereadores e as Vereadoras irão me ajudar a aprimorá-lo para que, quando formos
votá-lo, possamos votar realmente um texto que diga respeito ao bem-estar de
todos os cidadãos desta Cidade.
Quero dizer para os engenheiros que estão aqui
presentes que esse é um segmento que realmente merece, por parte do Poder
Público, um olhar mais atencioso, porque, afinal de contas, o que vocês estão
reivindicando, ao longo de algum tempo aqui na Câmara Municipal, no nosso
Município junto à Prefeitura de Porto Alegre, é justiça para que vocês possam
continuar com um trabalho que é realmente muito bom aqui em nossa Cidade.
Parabéns a vocês. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra em
Grande Expediente.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Presidente Sofia; colegas Vereadores; cidadãos, cidadãs
presentes na Casa, utilizarei o Grande Expediente de hoje para fazer uma breve
prestação de contas do meu mandato e também relatar alguns fatos significativos
da excelente gestão do nosso Prefeito Fortunati, que é comprometida,
principalmente, com os movimentos sociais. É importante ressaltar que, no
momento em que o Prefeito Fortunati assumiu a Prefeitura da nossa querida
Capital, teve como pauta em todas suas decisões a continuidade de um Governo
construído por uma grande aliança de Partidos, que tem como projeto o
fortalecimento da gestão, em termos de obras, e também de interlocução com os
movimentos sociais. Este é o Governo que temos visto acontecer, um Governo que
fortaleceu imensamente a credibilidade do Orçamento Participativo, a maior
ferramenta de interlocução dos movimentos sociais com o Governo, onde, através
da Secretaria de Coordenação Política e Governança Local, para a qual tive a
honra de, no momento em que o Prefeito Fortunati assumiu, ser convidado a
Secretário Adjunto do nosso Secretário Busatto, e a partir da Secretaria de
Governança, o Secretário Busatto, em parceria com as demais Secretarias do
Governo, trabalhou o resgate das obras do Orçamento Participativo. Esse resgate
foi feito em conjunto com as lideranças das 17 regiões de Porto Alegre. Lá no
Fórum Regional do Orçamento Participativo, o Governo de Porto Alegre esteve
presente em todos os encontros, debatendo as demandas atrasadas há duas
décadas, e para trabalhar o orçamento real. Esteve lá para que pudéssemos ter
um plano de investimentos com a garantia de que as ações acontecessem, e esse
debate entre o Governo e a comunidade ocorreu priorizando as demandas,
resgatando as demandas antigas, debatendo as novas relacionadas a 2011, e,
então, construímos um plano de investimentos que é o maior da história do Orçamento
Participativo - um Orçamento de R$ 260 milhões! Além de ser o valor maior da
história do Orçamento Participativo, foi construído com a comunidade um plano
de investimentos real, resgatando as obras atrasadas, discutindo as novas
demandas e tendo, então, um plano de obras real e um plano de obras debatido
com a comunidade. Não podia ser diferente, porque temos na Prefeitura de Porto
Alegre, hoje, um cidadão que se forjou na luta social, foi Presidente do
Sindicato dos Bancários, Presidente Estadual da CUT, e fundador do Orçamento
Participativo; ao lado dele, temos o Secretário Busatto que foi quem, na gestão
Fogaça, manteve e fortaleceu o Orçamento Participativo. Unindo essas duas
pessoas com visão social, o Orçamento Participativo de Porto Alegre resgatou a
sua força, e o Governo resgatou a sua credibilidade com as lideranças
comunitárias das 17 Regiões de Porto Alegre.
Quero fazer um elogio
sincero e profundo a todos os Delegados e Conselheiros do Orçamento
Participativo e Presidentes de associações da nossa comunidade, porque é lá que
está a orientação correta que o Governo deve buscar em relação ao seu plano de
Governo. E o Prefeito Fortunati empoderou mais ainda as lideranças criando e
oficializando por Decreto o Fórum de Serviços, onde senta o Secretário, no
Centro Administrativo Regional, a cada 15 dias, para debater a pauta com as
lideranças e a Comissão de Obras, que é formada pela comunidade para fiscalizar
cada obra do Governo. É a partir dali que se discutem as ações do Governo em
cada uma das 17 Regiões de Porto Alegre. Além disso, avançou, criando a
Comissão de Obras, que deve fiscalizar cada centavo gasto pelo Governo
Fortunati.
É por isso que somos
referência mundial em democracia participativa. É por isso que o nosso
Orçamento Participativo, através de sua gerência, comandada pelo Paulo Silva, o
nosso Conselho do Orçamento Participativo, que é a sociedade civil organizada,
representada pelo André Seixas, seu Coordenador, estão, semanalmente, sendo
procurados pelas Prefeituras do nosso Brasil. Eles estiveram recentemente na
Índia e no Peru, ensinando como funciona o Orçamento Participativo em Porto
Alegre. E não há lugar que conheça o OP de Porto Alegre, no Brasil e no mundo,
em que as pessoas não fiquem espantadas, maravilhadas por verem como é o seu
mecanismo, como funciona. Eu aprendi sobre Orçamento Participativo no período
em que estive como Secretário Adjunto da Governança ao lado do Secretário
Busatto e com a confiança do Prefeito Fortunati. E, a partir desse período, me
tornei um defensor árduo dessa grande ferramenta, desse grande instrumento social que
funciona em Porto Alegre e funciona onde é aplicado.
O Sr. Carlos
Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver.
Marcantônio. Que bom o seu pronunciamento, reconhecendo, porque não foi assim
durante todo o Governo dessa última fase que tivemos na Cidade. Havia muita
gente que dizia que era “orçamento enganativo”, “orçamento falsificativo”.
Também a Comissão de Obras que o senhor fala, e o Prefeito resgata em hora
oportuna, é algo que vinha sendo praticado e foi também esquecido por parte do
Executivo - ainda bem. Quero aplaudir porque o Prefeito retomou e retomou
também o vigor do Orçamento Participativo, que estava muito defasado, muito
fraquinho. Então, parabéns pela manifestação e pela atitude do Governo em
retomar essa importante prática, essa importante ferramenta de gestão que é o
Orçamento Participativo.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Ver. Todeschini.
O Sr. Mario
Fraga: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luciano
Marcantônio, dou os parabéns a V. Exª pelo pronunciamento. Quero dizer ao Ver.
Carlos Todeschini que não podemos esquecer que foi Alceu Collares quem criou os
Conselhos populares. Um dos primeiros Governos a participar das comunidades
carentes foi o de Alceu Collares, quando criou os Conselhos comunitários.
Também queria dizer que, para nossa felicidade, do
Extremo-Sul, na sexta-feira, o Prefeito Fortunati esteve na nossa região e
visitou diversas localidades, entre elas, o Loteamento Chapéu do Sol, onde
estão saindo duas obras importantíssimas para aquela comunidade que tem 389
famílias: a creche e o posto de saúde comunitários. Também estivemos em Belém
Novo, onde está sendo ampliada a creche comunitária do bairro, lá na Vila da
Amizade. Fomos na Rua Olavo José de Souza, onde vai começar a obra de drenagem,
Ver. Luciano Marcantônio, com o custo orçado na drenagem em R$ 8 milhões.
Mais uma vez, parabéns pelo seu brilhante
pronunciamento e parabéns ao Prefeito Fortunati. Obrigado.
O Sr. Idenir
Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luciano
Marcantônio, escutava atentamente o seu pronunciamento, muito coerente, muito
tranquilo, com reconhecimento, e até por esses reconhecimentos todos e por
questão de justiça, tenho só que lembrar que, de acordo com o que meus dois
antecessores falaram em seus apartes, houve um hiato: parece que o Orçamento só
existia antes e depois. Lembro que o nosso Ver. Toni Proença esteve à frente do
Orçamento Participativo por longos anos e com muito vigor! Ele não estava
diminuindo, como disse o Ver. Todeschini, e não recomeçou só com o Prefeito
Fortunati; ele vem num crescendo, desde quem criou, que foram os colegas do
Collares. O PT fez o Orçamento Participativo, o Fogaça disse que iria manter o
que era bom e arrumar o que estava errado - e fez isso -, e cumprimentos ao
Fortunati, porque está seguindo isso também . Obrigado.
O Sr. Paulinho
Rubem Berta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver.
Marcantônio, pelo aparte. Eu fui conselheiro do Orçamento Participativo, fui
delegado, militei por vários anos, continuo militando, e a minha origem é o
Orçamento Participativo. Reconheço o trabalho desenvolvido pelo Orçamento
Participativo, principalmente pelas lideranças das comunidades dos bairros, não
só da Zona Norte, mas de Porto Alegre inteira. É um instrumento, é uma arma
para que a gente possa ter igualdade de condições, mas precisamos trabalhar
para cada vez mais modernizar o Orçamento Participativo para que ele atenda
melhor às regiões, e isso pode ser feito.
Nós estamos recuperando as obras atrasadas em
respeito àquelas pessoas que, por vários meses, ficam até às 11 horas da noite,
em uma assembleia, disputando no voto, muitas vezes, 200, 300 metros de asfalto
ou uma rede de esgoto. Por isso o Orçamento Participativo é importante. Agora,
confesso, tem um grupo, o dos conselheiros do Orçamento Participativo, que é
muito injustiçado, porque tem bolsa para tudo, mas não tem sequer uma bolsa para
dar uma passagem para um conselheiro do Orçamento Participativo percorrer a
Cidade na busca de ampliar e colocar recursos no Orçamento Participativo. Temos
que começar a pensar também nas pessoas, nos conselheiros do Orçamento
Participativo. Muito obrigado.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Ver. Paulinho. Concordo com a sua colocação sobre a forma
como esta Casa, junto com a Prefeitura, deve articular no sentido de apoiar os
conselheiros e os delegados de uma forma formal. É uma questão legal que deve
ser refletida por todos nós.
Na Gestão Fortunati, dando continuidade aos
projetos que foram construídos em conjunto com o Prefeito Fogaça e pelo nosso
Vice-Prefeito, na ocasião, José Fortunati, e os Partidos aliados, nós podemos
perceber nitidamente o avanço e o crescimento de nossa Porto Alegre. São
investimentos, modernização e transformações necessárias na área da Saúde,
principalmente através do Projeto do IMESF, esse Projeto tão importante e que
venceu todas as barreiras e toda a hipocrisia para poder se concretizar para
termos uma Saúde, para quem precisa, com qualidade; projetos viários em Porto
Alegre, como a duplicação da Av. Tronco, da Av. Diário de Notícias, da Av.
Voluntários da Pátria, tantos outros projetos viários que estão acontecendo e que
vão acontecer, entre eles, a modernização do nosso transporte coletivo, a
criação da linha de lotação Restinga/Belém, os BRTs que vão se realizar em
breve e o próprio Metrô. Na questão habitacional, a duplicação da Tronco, que é
uma obra viária, vai permitir que nós venhamos a realizar um projeto que vai
transformar a Grande Cruzeiro com um programa habitacional. Então, são grandes
projetos de uma grande gestão de que todo povo faz parte. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito bem, cumprido o Grande Expediente, conforme
acordo que construímos na reunião de Mesa e Lideranças, nós realizaremos agora
a Reunião Conjunta das Comissões.
Convido, então, o Presidente da CCJ, Ver. Elói
Guimarães, para coordenar os trabalhos desta tarde, para poder tratar em Regime
de Urgência o Projeto de Lei da Gratificação dos colegas municipários aqui
presentes.
Estão suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h35min.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 16h3min): Estão reabertos os trabalhos.
O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Toni Proença; Ver. João Antonio Dib, vou falar um pouco sobre o que aconteceu
ontem, na Cidade. Eu recebi uma ligação, por volta das nove e meia da noite, do
Diretor da Construtora OAS, perguntando onde teríamos ginásios para recolocar
os trabalhadores. Naquele momento, eu liguei para o Professor Edgar, Professor
da Secretaria do Esporte, ele estava em casa, em Viamão, e, imediatamente, o
Professor Edgar colocou à disposição o Ginásio Tesourinha. Nesse mesmo tempo,
nós estávamos negociando ao lado da OAS, o ginásio, que eu não lembro o nome,
mas conseguimos o ginásio. E lá estava também o Comandante da Brigada Militar,
com o Comandante do 11º Batalhão, juntos, conduzindo os trabalhos. E nós
trabalhamos intensamente e conseguimos com o Comandante da Brigada Militar mais
de 250 colchões à disposição, imediatamente, para a Construtora OAS, para levar
os trabalhadores para lá.
Eu estava lá e fiquei até às duas da manhã, o Ver.
Pedro Ruas, a Verª Maria Celeste ou a Verª Fernanda Melchionna não foram lá
para ajudar a arrumar onde os trabalhadores pudessem dormir. Agora, hoje, fico
surpreso, porque cheguei a esta Casa, fizeram uma Comissão e foram lá. Por que
não foram ontem à noite? Por que não foram lá com a Brigada Militar, junto? Por
quê? A gente nunca deve se aproveitar dos problemas que acontecem. Nunca.
Eu, Ver. Dib, tenho um intenso trabalho junto à
Construtora, junto à Arena do Grêmio, e eu sei que a Arena do Grêmio tem os
ônibus que levam até o outro lado, para almoçar, no refeitório; levam e buscam
do alojamento. E mais ainda, Vereador, quando eles têm folgas no sábado e no
domingo, têm ônibus que levam eles para aonde eles quiserem, para irem ao
Centro, para irem passear aonde os funcionários pedirem.
E agora mais surpreso fico: estão dizendo que a
Construtora OAS tem enclausurado os funcionários. Não é bem assim, porque ela
não aceita que eles atravessem a rua, Ver. Luiz Braz, porque tem ônibus
fretado, tem van, tem kombi para os funcionários usarem para saírem dos
canteiros de obras e irem até os alojamentos deles. E aí tem gente dizendo que
não, que lá os funcionários e trabalhadores são obrigados a atravessar a freeway. Não é verdade. Não é verdade. A
verdade eu estou contando, porque eu estava lá também, ontem, fiquei até às
duas da manhã e não vi nenhum colega meu chegar lá. Não vi, Ver. Haroldo de
Souza! Quando estávamos buscando uma alternativa, pegando caminhões para
colocar os colchões, enfim, achar alguma solução para aqueles trabalhadores.
Surpreso fiquei quando, hoje, houve uma Comissão para a qual nem fui convidado!
Acho que nada mais legítimo do que me convidar para participar dessa Comissão!
Não fui convidado! Tenho respeito pelos meus colegas Vereadores Pedro Ruas,
Adeli Sell e pelas Vereadoras Fernanda Melchionna e Maria Celeste. Quero dizer
para vocês que eu estava lá, com o Comandante, trabalhando e buscando uma
solução: uns foram para hotel; outros dormiram lá...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. ALCEU BRASINHA: ...Ver. Toni Proença, claro que a gente não quer
que aconteçam essas tragédias, em hipótese alguma. É um problema sério, mas
nós, aqui, queremos trabalhar, e depois virem incendiar tudo, todo o
alojamento! Havia várias pessoas lá! Uns perderam os documentos, outros
perderam o dinheiro – tudo foi incendiado. Eu estava lá ontem à noite, estive
lá das nove da noite até as duas da madrugada, quando saí de lá. E lá não tinha
nenhum colega Vereador comigo! Nenhum! E fiquei surpreso que houve essa
Comissão e não me convidaram, porque eu estava lá, e trabalhei intensamente com
o Comandante da Brigada e a Construtora para organizarmos os trabalhadores para
que pudessem dormir.
(Não revisado pelo orador.)
(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos
trabalhos.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARIA
CELESTE: Srª Presidente, Verª Sofia, após a manifestação em
Liderança do Ver. Alceu Brasinha, venho, em Liderança, comunicar o Plenário que
nós estávamos aqui às 14h, Ver. Brasinha, quando fizemos um pedido de uma
Comissão, e entregamos à Mesa esse pedido. Convidamos os Vereadores para
participar, aqueles que puderam compareceram; tive o cuidado de verificar, com
o Vereador que me acompanha na Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos
Humanos e Segurança Urbana, que estava aqui naquele momento, de convidá-lo para
ir junto. Porque, na semana passada, Ver. Brasinha, através de um trabalho que
nós estamos desenvolvendo junto à Presidente, na Frente Parlamentar de Combate
à Fome e à Miséria, estivemos na Região Humaitá e recebemos inúmeras denúncias
contra a empresa que faz a obra da Arena do Grêmio. Naquele dia, a Comissão de
Direitos Humanos ficou comprometida de fazer uma visita ao alojamento, à obra e
à empresa. Nós marcamos para amanhã à tarde essa visita. A Comissão de Direitos
Humanos está agendada para amanhã, e retomaremos a nossa agenda, amanhã, com
certeza. Fomos surpreendidos com os acontecimentos de ontem e de hoje.
Portanto, nos
dirigimos, imediatamente, para a Região, hoje à tarde - eu, o Ver. Pedro Ruas,
Presidente da Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação; a Verª Fernanda
Melchionna e todos os Vereadores que assim o desejaram, porque ouviram a
manifestação no microfone, poderiam ter ido junto. Estivemos lá, fomos
recebidos pelo responsável do 11º Batalhão da Brigada Militar, pedimos licença,
entramos, verificamos a situação do alojamento, conversamos com alguns
operários, e também, logo a seguir, chegou o representante da OAS, da empresa,
colocando-se à disposição da Câmara para esclarecimentos. Não fizemos mais do
que nossa obrigação! E se V. Exª tivesse, talvez, nos convidado ontem à noite,
estaríamos lá. Então não dá para chegar aqui e desqualificar o trabalho de
alguns Vereadores no sentido do tempo necessário para ser feita determinada
ação, até porque a Comissão de Direitos Humanos e a própria CUTHAB, a qual V.
Exª faz parte, se não me falha a memória, já estão trabalhando com essa
temática no Humaitá, do problema causado por uma obra desse porte, com o número de
funcionários vindos de outros Estados, na região. Nós não estamos contra a obra
- é importante dizer isso, Ver. Brasinha -, mas o que reparamos é que
efetivamente não podemos deixar e fechar os olhos - o Ver. Luciano Marcantônio,
que é da região, certamente sabe dos problemas que a região está enfrentando -
para a forma como essa empresa está tratando os trabalhadores. É inconcebível
uma obra daquele porte ter um alojamento do lado contrário à obra, numa das
principais estradas do nosso Estado e principal acesso, que é a freeway no centro da Cidade.
(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)
A SRA. MARIA
CELESTE: O ônibus no final de semana não funciona, e foi exatamente por não estar
funcionando que aquele trabalhador atravessou a avenida e foi atropelado.
(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)
A SRA. MARIA
CELESTE: Exatamente, era o domingo de folga, e não há ônibus no dia de folga, não
há ônibus no domingo. Ou seja, a obra traz 1.000, 1.200 trabalhadores de outros
Estados e geograficamente coloca-os numa situação de risco, e aconteceu o que
aconteceu. Lamentamos profundamente, e é obrigação desta Casa, sim, da Câmara
Municipal, estar imbuída, ir atrás...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para finalização do
pronunciamento.)
A SRA. MARIA
CELESTE: ...Para concluir, quero dizer que é obrigação da Câmara Municipal estar
em todos os lugares, especialmente naqueles onde a população mais precisa. Que
bom que o senhor esteve lá ontem à noite, e, com certeza, deve ter visto o que
aconteceu com aqueles 1.000, 1.200 trabalhadores, que estão agora numa situação
precariíssima. Vamos acompanhar diuturnamente essa situação. Muito obrigada,
Srª Presidenta.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Registro a presença da Ministra de Estado do
Brasil, Maria do Rosário; pedi que a trouxessem ao plenário e espero a
compreensão e acolhida de todos.
O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Srª
Presidente, Verª Sofia; colegas Vereadores e Vereadoras, demais membros desta
Casa, a região Humaitá, Farrapos e Navegantes está passando por um grande
processo de transformação. São inúmeras obras que estão ocorrendo que, sem
dúvida, irão levar um enorme desenvolvimento para aquela região. Claro que o
papel da Prefeitura, além de coordenar as suas obras em conjunto com a
comunidade, é também o de garantir que as obras privadas não tragam nenhum
prejuízo para o cidadãos que lá moram. Eu falo como um Vereador que atua há 11
anos no bairro Humaitá/Farrapos e que tem feito, permanentemente, a
interlocução daquela região com o Governo e com a iniciativa privada. Eu tenho
convicção de que o papel da Comissão de Direitos Humanos, da qual sou membro, é
o de fiscalizar, é o de estar lá amanhã - eu vou estar como membro -, mas temos
que ter equilíbrio e responsabilidade de garantir o desenvolvimento com justiça
social. Não podemos fazer com que um incidente, por mais grave que seja, traga
prejuízo para o crescimento da região. Vou estar lá acompanhando a Comissão de
Direitos Humanos. Tenho certeza de que a Prefeitura de Porto Alegre estará lá
representada. Mas é importante ressaltar: é uma obra privada. Esse incidente
ocorreu numa obra privada, não em obra da Prefeitura nem do Governo do Estado. Temos
que ser claros para que a opinião pública tenha a informação correta.
Cabe também ressaltar
que a empresa OAS tem sempre feito uma interlocução com o Governo de Porto
Alegre e se dispôs a fazê-la com os Conselheiros e Delegados do Orçamento
Participativo. Já foram inúmeras oportunidades em que a Secretaria de
Governança, capitaneadas pelo Secretário Busatto, recebeu o Dr. Eduardo,
Diretor Regional da OAS, junto com os Conselheiros do Humaitá/Farrapos, a
Lorimar; o Itamar; a Elida; a Coordenadora do Centro Administrativo Regional,
Srª Eva Inês, no sentido de amenizar os impactos daquela obra para que não traga prejuízo para a região. Há, sim, situações que têm
que avançar. O papel dos Vereadores é de contribuir na interlocução da
sociedade com o Governo, para que esse desenvolvimento não traga problemas para
a comunidade. Vamos estar lá, sim, a Prefeitura também, no sentido de observar
se está havendo algo de errado para aquela região, que está tendo grandes ações
da Prefeitura de Porto Alegre no sentido de melhorar a qualidade de vida
daquela população, mas deixando claro: é uma obra privada, que deve ter
fiscalização e deve ser acompanhada pelos cidadãos. Sempre que os cidadãos
daquela região quiseram sentar com a Prefeitura de Porto Alegre e com a empresa,
elas nunca se negarão. Assim vamos avançando, melhorando a interlocução e
fazendo com que os prejuízos sejam os menores possíveis.
Quanto a esse
acidente, cabe, sim, a fiscalização observar e detectar se houve algum erro da
empresa e, se for necessário, fazer a empresa corrigir.
Srª Presidente, no
sentido de esclarecer e ter uma informação que não comprometa injustamente
alguém que não tenha responsabilidade sobre o ocorrido, venho aqui me
manifestar, e, mais importante, deixar registrado que a Prefeitura de Porto
Alegre sempre esteve presente quando a comunidade chamou, sempre vai estar
presente quando a comunidade chamar e, sempre que necessário, vai sentar com a
empresa e com a comunidade. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª
Presidente, Verª Sofia Cavedon; queria complementar o relato que fez a Verª
Maria Celeste da nossa comitiva que foi até as obras da Arena do Grêmio e
visualizou os locais que foram alojamentos dos trabalhadores até o dia de
ontem.
Queria fazer duas
considerações, Ver. Luciano Marcantônio, que me parecem fundamentais: primeiro,
as grandiosas mudanças que foram feitas no Regime Urbanístico
da Cidade para beneficiar a OAS. Portanto, é verdade que é uma obra privada,
assim como também é verdade que o Poder Público fez uma série de mudanças, do
ponto de vista do Plano Diretor da Cidade, para permitir uma intervenção na
Azenha que é maior do que permite o Regime Urbanístico atual e que permitiu a
isenção de uma série de impostos municipais a todas as obras que vêm de carona,
na Copa de 2014, no Município de Porto Alegre. Ver. Brasinha, que bom que V.
Exª esteve lá ontem, e eu queria lembrar que eu estou acompanhando os
trabalhadores da OAS desde a greve feita por eles em fevereiro. Desde lá, de
fevereiro, Ver. Luciano Marcantônio, a setembro, outubro, porque hoje já é
outubro, boa parte das exigências dos trabalhadores não foi cumprida, e são
exigências mínimas, básicas, que eu quero relatar. Primeiro, o pagamento das
passagens de quem veio dos mais variados lugares do Brasil para fazer a obra da
Arena do Grêmio, que não foi garantido até o dia de hoje; segundo, o alojamento
que foi incendiado ontem era um alojamento que comportava 588 operários, com
menos de dez banheiros. Imaginem 588 operários vivendo em um alojamento
coletivo, com quartos coletivos, com refeitório coletivo e apenas uma
televisão, com salários mais baixos para o trabalho verdadeiramente executado,
porque, na Carteira, eles têm uma função, mas, na prática, exercem outras,
longe da família, longe dos filhos, ganhando salários baixos e vivendo ao lado
da obra, que fica a um quilômetro e meio da passarela a ser utilizada para não
correrem riscos.
É verdade, o
trabalhador estava de folga no domingo, mas também é verdade que ele fica
preso, longe do Centro da Cidade, porque o alojamento é grudado às obras da
Arena. Confesso que estava analisando a legislação do trabalho semiescravo, que
é orientada pela Organização Internacional do Trabalho, e estou cada vez mais
convicta de que, em muitos sentidos, em muitos aspectos, os trabalhadores que
trabalham para a OAS, na Arena do Grêmio, configuram trabalho semiescravo, com
alta exploração do trabalho, com baixo salários e com moradia acoplada ao local
de trabalho.
Verª Maria Celeste,
concluo dizendo da importância do seu trabalho na Comissão dos Direitos
Humanos, dessa comitiva que V. Exª levará lá amanhã, assim como da presença do Ver. Pedro Ruas, que esteve hoje, novamente, acompanhando
esta pauta. E que bom, que mais Vereadores venham a se somar. Mas que venham a
se somar para defender o interesse do trabalhador, Verª Maria Celeste; que
venham a se somar para defender o interesse do mais fraco, que, muitas vezes, é
desrespeitado; que venham a se somar, fazendo aquilo que deveria fazer o Poder
Público: olhar sempre para o elo mais frágil da cadeia, mas que não venham
nesta tribuna defender grandes empresas. Que não venham nesta tribuna defender
trabalho semiescravo. Que não venham nesta tribuna fazer demagogia quando,
lamentavelmente, um trabalhador perdeu a vida no dia de ontem, o que todos nós
lamentamos, nos solidarizamos e cobraremos, porque já temos a agenda com o
Ministério Público do Trabalho, que sejam cumpridas todos os direitos dessa
família e mais: que haja um pente fino, uma lupa nas condições desses
trabalhadores da Arena do Grêmio. Nós não aceitaremos carona na Copa de 2014
para meia dúzia de grandes empresários enriquecerem e os trabalhadores serem
ultraexplorados!
O PSOL, junto, tenho
certeza, com a Verª Maria Celeste e tantos outros Vereadores, não aceitará
calado essa bandalheira! Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Ver. DJ
Cassiá, solicito que conduza os trabalhos, neste momento, pois desejo me
manifestar.
(O Ver. DJ Cassiá
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra em Tempo de Presidência.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. DJ, eu
considero muito importante fazer esta manifestação, pois, antes mesmo de um
grupo de Vereadores se deslocarem, já tinha imaginado que nós devíamos tratar
com uma importância à altura da gravidade do que aconteceu na Arena do Grêmio,
não só pelo episódio, Ver. Brasinha, porque o episódio, por si só, é dramático,
mas pela convivência nunca antes ocorrida com uma enorme gama de trabalhadores
trazida de outra região do País. Não que nós não queiramos aqui aceitar
trabalhadores de lá, mas que nós, desde o início, tínhamos notícia das
condições de trabalho, trabalhadores que estão longe das suas famílias, dos
seus filhos, que têm uma jornada de trabalho exaustiva, porque sabemos da
intensidade da obra, as condições de alojamento precariíssimas, e que acabam fazendo
uso do álcool, sei lá de que outras maneiras para contornar a sua condição de
trabalho, Ver. Idenir Cecchim. Mas só isso acho que não é o grave em relação à
cidade de Porto Alegre; nós estamos trabalhando muito com a ideia de que a Copa
vai trazer desenvolvimento, oportunidade de trabalho, oportunidade de
crescimento, de redirecionamento da nossa população mais pobre para sair da
coleta do lixo, para sair da carroça, que a Copa traz investimentos que a
Cidade não teria. E o primeiro e mais forte investimento traz os trabalhadores
todos – todos! – de fora daqui, Brasinha. E aí não é um contraponto ao Grêmio,
não é um contraponto à OAS, mas será esse o conceito que nós queremos
desenvolver, Ver. Paulinho Rubem Berta, na cidade de Porto Alegre? Será que
nós, como Câmara suprapartidária, não temos que fazer esse debate fortemente
com o Governo Municipal para exigir cotas? Eu lembro quando o BIG e o Carrefour
se instalaram na Av. Assis Brasil, o debate que a Zona Norte fez – o Ver. Brasinha
vai se lembrar – sobre cotas. Eu não apoio a vinda de multinacionais, mas foram
exigidas cotas de moradores da região para que trabalhassem no empreendimento.
Porque o empreendimento tem que vir e beneficiar diretamente. Nós, que estamos
andando no entorno da Arena do Grêmio, estamos vendo um conjunto de comunidades
com extremas necessidades pertinho da Arena do Grêmio. Como que a Arena do
Grêmio, com essa imensa torcida maravilhosa, como que o empreendimento não
considera que os seres humanos, vizinhos da nova Arena, sejam acolhidos,
beneficiados? Acredito que esse modelo não é o símbolo da Copa, Brasinha, e sei
que tu és sensível a isso. Quero também estar muito presente nesse tema porque
é a proposta. Qual é a proposta? Não dá para argumentar que a Arena em dois
anos já estará construída. Porque, na sequência, haverá prédios, vai ser
construído um bairro ali; vai haver hotel, shopping!
E o conjunto dos moradores do entorno ainda não sentiu nenhum impacto positivo;
ao contrário. Chamo a atenção dos senhores Vereadores para o fato de que os
moradores do entorno não dormem mais, porque as obras da 448 e da Arena vão até
à madrugada, se não a noite toda, e as pessoas não têm direito ao sono. A
escola se deslocou, até para um prédio novo, mas reduziu a área pública. Nós,
ontem, nessa rua, poderíamos ter perdido uma criança lá, mas perdemos um
operário, mas poderia ter sido uma criança, porque o trânsito de caminhões, de
carros, está conflituado, tudo junto, na frente da Arena. E as crianças estão
submetidas a isso.
Eu acho que o Poder Público precisa estar mais
presente, e acho que a Câmara de Vereadores também, então, por isso, fiz esta
fala de Presidente. Nós precisamos interferir, pegar uma parte dessa cota de
trabalhadores e incluir a população do entorno da Arena.
Também quero frisar que aquela região, em vez de se
beneficiar, está tendo que achar vagas já para as crianças que estão nascendo
lá, as companheiras que os operários estão levando para lá. Esse é um informe
recebido das lideranças. A região está sendo impactada para poder atender às
pessoas que estão chegando lá para trabalhar na Arena do Grêmio. Eu não quero
isso para o meu Grêmio, e eu não quero isso para a nossa Cidade. A nossa Cidade
quer crescer junto com a Copa, e crescer é humanizar, é beneficiar quem está
aqui, ou aqueles que vieram para cá, com humanidade, que é o que nós queremos
para todos os trabalhadores.
Então, quero louvar a ação da CEDECONDH, que amanhã
estará lá, e quero dizer aos trabalhadores que acompanhem o Ver. Brasinha, que
irá fazer a intermediação, porque é possível fazer as coisas de outra forma, e
agregar apenas as coisas positivas para a nossa nova Arena do Grêmio. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
(A Verª Sofia Cavedon reassume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. ALCEU
BRASINHA: Srª Presidente, quero repetir que eu estive lá no local justamente para
ajudar na intermediação com os trabalhadores. E a Fernanda chegou aqui achando
que eu estou defendendo empresário. Eu não estou defendendo empresário! Todo o
mundo sabe que eu sou gremista e, claro, que tenho interesse na Arena do
Grêmio. Fui um dos primeiros a chegar lá e ajudar na intermediação junto com o
Comandante-Geral da Brigada Militar, que nos ajudou, e mais a Secretaria do
Esporte do Município, que também ajudou imediatamente.
Mas não venha dizer que eu estou defendendo, que sou contra os trabalhadores, jamais, em nenhum momento disse isso,
porque sei como começou minha vida e não vou aceitar nenhum Vereador me
tripudiar, porque não é justo.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Está feito o
registro.
A SRA. MARIA CELESTE: Acho que, para fins
de registro - com a licença da Verª Maristela Maffei -, hoje estamos bem
felizes, porque temos cinco Vereadoras na Casa. Assim como o Ver. Alceu
Brasinha o fez, também quero dizer que não há acusação nenhuma na fala da Verª
Fernanda, mas há uma indignação, até porque a Verª Fernanda tem acompanhado a
movimentação dos trabalhadores junto ao Ministério Público e também à DRT, e
por isso a sua inconformidade de chegar a esse ponto a situação, apesar de
todas as denúncias terem sido feitas e até agora não há um encaminhamento real
dessa situação. Obrigada, Srª Presidente.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Verª
Maria Celeste. Estamos recebendo a nossa Ministra dos Direitos Humanos, Maria
do Rosário, a quem quero acolher com muito carinho. Ela que veio se reunir com
o Comitê da Justiça e da Verdade. Convido a Ministra Maria do Rosário, sempre
Vereadora, nossa Deputada Federal, a tomar assento aqui na Mesa, depois queremos
ouvir a nossa Ministra, em Comparecimento.
A Verª Maristela
Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras,
com muito orgulho recebemos aqui a nossa Ministra Maria do Rosário, bem como a
Márcia, Secretária das nossas gloriosas mulheres das políticas públicas.
Márcia, hoje nós estamos aqui com cinco Vereadoras nesta Casa, e que na próxima
gestão, se Deus quiser, vamos aumentar esse quorum feminino. O que eu queria dizer,
Srs. Vereadores, ensejando a presença da Ministra, que tem um longo trabalho em
relação aos direitos humanos, que o problema que nós estamos enfrentando no
Brasil, em especial aqui em Porto Alegre, é com a falta de participação do
sindicato da construção civil, que há muito tempo deixou de ser representativo
dessa categoria na nossa Cidade. O nosso povo, que é oriundo do Interior, fica
totalmente, Ministra, sem respaldo nenhum em relação ao mundo do trabalho. E,
hoje, os nossos trabalhadores na área da construção civil morrem, praticamente,
tanto quanto nos acidentes de trânsito, e isso é muito grave. Eu tenho certeza
de que a senhora, como Ministra da Secretaria de Direitos Humanos do nosso
País, nomeada pelo nosso Governo, pela nossa Presidenta Dilma, está na ponta
dessas políticas e pode nos ajudar muito. Não é possível que um sindicato com o
tamanho que tem, o da construção civil, não tenha tido, até agora, um papel de
punir, fazer um movimento para que o empresariado dessa área tome consciência,
se for preciso, com grandes mobilizações. Hoje, os nossos trabalhadores da área
da construção civil estão morrendo às pencas, sem nenhuma proteção e sem
nenhuma garantia. Agora, isso não significa, Ver. Brasinha, que a Prefeitura
não tenha que fiscalizar à altura. Nós estamos falando da Capital do Estado do
Rio Grande do Sul, nós não estamos falando apenas da Arena do Grêmio; nós
estamos falando de todos os complexos, de todas as obras que nós estamos
enfrentando no nosso Município. Portanto, não foi algo tão simples o sinistro
que aconteceu ontem, foi uma desgraça, percorreu a madrugada inteira e levou à
morte um trabalhador. Isso já vinha de um desgaste anterior daquela categoria
que está construindo a Arena do Grêmio, Srª Presidente. E não é porque eu sou Conselheira
do Internacional, porque a mesma postura eu vou ter com a obra do Inter, Ver.
Brasinha, com os trabalhadores de lá, quando for assinado com a poderosa
Andrade Gutierrez. Eu, em princípio, era contrária à forma como a obra estava
sendo levada, porque a gente sabe que eles estão mais preocupados com os
grandes empreendimentos do que com a vida dos trabalhadores, porque essa gente,
na maioria das vezes, passa a ser estatística, principalmente esses
trabalhadores: a maioria sem carteira assinada, a maioria fazendo trabalho
escravo, a maioria sem a possibilidade de se relacionar com as suas famílias.
Eu quero terminar minha fala, Ver. Luiz Braz,
dizendo que sempre fui favorável à Copa do Mundo, desde que não às custas do
nosso povo, porque um país soberano tem políticas firmes, e o meu País tem,
porque protege e regula direitos e obrigações relativas à propriedade
industrial, por meio da Lei nº 9.279, que protege marcas e direitos de
transmissão. É uma vergonha que, hoje, só a Globo tenha essa prerrogativa e nós
temos que ter um outro tipo de postura. Sob o meu ponto de vista, é “fora
Teixeira!”, pois é um cartola irresponsável que só trabalha com lavagem de
dinheiro.
E eu repudio aqui também a atitude do sindicato da
construção civil. Gostaria que eles viessem aqui explicar onde eles estavam,
não apenas nesse episódio ocorrido na Arena do Grêmio, mas em todos os
lugares...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede
tempo para o término do pronunciamento.)
A SRA. MARISTELA MAFFEI: ...haja vista
o que aconteceu na Zona Sul, numa obra da Prefeitura Municipal de Porto Alegre:
não teve fiscalização da Prefeitura à altura das obras estruturais que estão
sendo feitas na Cidade. E não se trata aqui de fazer oposição, mas de chamarmos
a atenção de todos aqueles que têm obrigação com a vida e pela transformação de
uma sociedade com dignidade. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Nós contamos também com a presença da Márcia
Santana, Secretária de Políticas para as Mulheres do Governo do Estado do Rio
Grande do Sul.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ
BRAZ: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Ministra Maria do Rosário, eu
solicitei que a Presidente mantivesse meu tempo para que eu pudesse vir à
tribuna antes de V. Exª fazer a sua saudação aqui na Câmara Municipal, apenas
para dizer que V. Exª, de um Partido completamente antagônico ao meu, com toda
certeza, é um dos motivos de orgulho desta Câmara Municipal, porque V. Exª foi
uma excelente Vereadora aqui nesta Câmara, e talvez tenha sido a Vereadora com
a qual eu tive os maiores debates aqui na Casa. Lembro-me de grandes
oportunidades que tivemos para debater temas, os mais candentes aqui na nossa Câmara,
e a senhora sempre se portou com muita altivez, com muita dignidade, e em
nenhum momento V. Exª deixou de merecer o respeito de qualquer das Bancadas
aqui desta Câmara.
Então, quando V. Exª foi guindada ao cargo de
Ministra, eu, Vereador de outra Bancada, fiquei orgulhoso de saber que um dia
tivemos aqui, nesta Câmara Municipal, a senhora sentada conosco, debatendo os
temas do Município.
Eu vou gastar pouquíssimo tempo para rebater apenas
alguns dos argumentos que foram colocados na discussão sobre a Arena do Grêmio.
Não vou me prolongar, mas devo dizer apenas que a Vereadora-Presidente disse
que a empresa está trazendo trabalhadores de outras regiões do Brasil. Eu quero
lembrar que essa empresa traz trabalhadores de outras regiões do Brasil, porque,
afinal de contas, existe um grande boom
na construção civil, não existem trabalhadores para serem contratados aqui, e
os diversos empresários se queixam exatamente de não poderem contratar os
trabalhadores aqui na nossa região. Não há mão de obra especializada no campo
da construção civil. E todas as empresas, não apenas essa que está tratando da
obra do Grêmio, necessitam buscar mão de obra, porque aqui não tem,
simplesmente por causa disso. Nós, Vereadores, aprovamos uma obra para poder
criar novos empregos e não prestamos atenção que essa empresa está trazendo
trabalhadores de outras regiões, porque aqui não há bons profissionais para
serem empregados nessa área da construção civil. É uma verdade, Ver. João Dib!
Há pesquisas feitas, e sempre que se precisa de um trabalhador nessa área, como
aqui não existem, é necessário buscar – foi o que essa empresa fez.
Um outro argumento que a Verª Fernanda usou foi
relacionado à aprovação do Plano Diretor para beneficiar a empresa. Não, quando
se votou aqui, votou-se pensando exatamente na grandeza que tinham os times de
futebol daqui, Grêmio e Internacional, porque tudo estava voltado para a Copa
do Mundo. Todas as discussões, não apenas as nossas da Câmara Municipal, mas as
do Brasil inteiro estão voltadas para a Copa do Mundo. Então, naquela época,
pensava-se em se votar um Plano Diretor para fazer um conjunto habitacional ali
na Azenha, onde existe o Olímpico, para modificar aquela região onde está a
Arena, exatamente por causa da Copa do Mundo. Não foi para beneficiar a
empresa, foi pensando tanto no Internacional como no Grêmio, que, de alguma
forma, exercem pressão nas votações que são feitas aqui. Com relação, por
exemplo, a tudo que surge de modificação no Plano Diretor dessas áreas, tanto
na Vila dos Eucaliptos...
(Som cortado automaticamente por limitação de
tempo.)
(Presidente concede tempo para o término do
pronunciamento.)
O SR. LUIZ
BRAZ: ...na Vila dos Eucaliptos, como também ali no próprio Beira-Rio, como
também na região do Olímpico, e agora, na zona da Arena, tudo foi feito, na
verdade, com o pensamento que essas duas instituições do Rio Grande do Sul,
Inter e Grêmio, possam realizar os seus projetos, visando seu fortalecimento
para receber aqui a Copa do Mundo. Foi feito não foi para beneficiar a empresa,
foi, sim, para beneficiar exatamente essas instituições que são gloriosas aqui
para todos nós do Rio Grande do Sul.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma
Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. PEDRO
RUAS: Srª Presidente, Verª Sofia
Cavedon; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste;
meu caro Desembargador Roberto Canibal; Ministra Maria do Rosário, é com muita
emoção que eu a vejo novamente nesta Casa, travamos bons combates lado a lado.
Fico muito contente, e que o futuro nos encontre lutando pelas mesmas causas.
Não é por acaso, Ministra Maria do Rosário, que V.
Exª chega a esta Casa em um dia em que Porto Alegre está de luto. Nós tivemos
ontem um episódio da maior gravidade na Cidade: a morte de um trabalhador, tema
que domina nos debates do dia de hoje. Foi uma morte anunciada, porque já havia
reclamações sérias e protestos dos trabalhadores, que pediam algo óbvio. Se a
empresa OAS trabalha de um lado da freeway onde constrói a Arena do Grêmio e os seus alojamentos estão do outro
lado dessa pista, Ministra, é óbvio que há necessidade pelo menos de uma
passarela, pois diariamente esses trabalhadores atravessam a freeway!
Vossa Excelência sabe o que é a nossa freeway aqui no Sul.
Ontem tivemos a tragédia
de uma morte anunciada: um trabalhador de 40 anos e com família na Paraíba
morreu. Estive hoje visitando as obras, objeto de protesto dos demais
trabalhadores, junto com a Verª Maria Celeste, que é Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana da
Casa, e com a Verª Fernanda Melchionna. Nós três vimos as condições
absolutamente subumanas a que são submetidos esses trabalhadores. Eu respeito
muito o Ver. Luiz Braz desde o tempo em que a Ministra Maria do Rosário era
Vereadora, mas não é essa a questão, Vereador.
Essas empresas trazem
trabalhadores do Nordeste, Desembargador Caníbal, como fizeram na construção do
BarraShoppingSul,
e eles não têm para onde ir, ficam confinados aqui, Ministra, e não têm como
visitar a sua família! Eles não vão para a Paraíba, para a Bahia, para o Piauí.
Na verdade, eles ficam aqui, trabalhando permanentemente à disposição da
empresa, porque ficam em alojamentos da empresa, tal qual um trabalhador
embarcado, meses e meses de viagem, fica permanentemente à disposição do seu
patrão. É como eles ficam aqui.
Eu sei que essa empresa já quer se desobrigar de
caracterizar a morte como acidente de trabalho, dizendo que era domingo, dia de
folga. Eles trabalham domingo, Ver. Toni Proença! Talvez esse trabalhador não
estivesse trabalhando, mas não tinha para onde ir! Vai do alojamento para a
empresa, da empresa para o alojamento, com a freeway no meio. Ou ele ia para a Paraíba, Presidente Sofia, onde está
sua família? Não ia. É acidente do trabalho, sim! É um crime o que fazem! Hoje,
em depoimento - não vamos dar o nome -, a Verª Fernanda e a Verª Celeste
estavam comigo, ouvimos os trabalhadores dizendo que pagaram 260 reais, no
Nordeste, para serem agenciados para vir trabalhar aqui e não sabem como vão
voltar. E a maioria não vai voltar, vai ficar aqui, engrossando o cinturão de
miséria da Capital do Estado, como aconteceu com a Multiplan no
BarraShoppingSul. Nós sabemos que são 588 trabalhadores no alojamento que
correm risco diário e permanente. Essa morte foi uma das inúmeras que poderiam
ter ocorrido.
A revolta desses trabalhadores cala fundo, sim, no
coração de cada pessoa, de cada homem, de cada mulher que conhece esta Cidade e
que sabia que isso iria acontecer. A Verª Celeste está marcando audiências para
tratar desse tema; aliás, uma delas é amanhã. Não é possível que uma empresa
não se dê o trabalho de pelo menos garantir que o alojamento seja ao lado de
onde eles trabalham! E, se não for ao lado, que haja uma passarela! Não é uma
avenida qualquer que eles enfrentam, não é uma rua qualquer, é a freeway, a qual eu não me disponho a
atravessar em quaisquer condições; imaginem ter que atravessar,
obrigatoriamente, todos os dias para ir e voltar do trabalho.
Porto Alegre está de luto. A Ministra dos Direitos
Humanos do nosso País está hoje aqui. Nós sabemos que é uma mulher de garra, de
luta, que dedicou sua vida a defender direitos humanos. Ministra, já nos
conhecemos há tantos anos, tive a honra de ter mandato junto com V. Exª nesta
Casa, e que a sua presença signifique que esses trabalhadores tenham alguma
esperança. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Na verdade, a agenda da Ministra, que honra esta Casa,
é com o Comitê da Memória e da Verdade. Nós contamos, no plenário, com a
presença do Sr. Mauro Borba; com o Desembargador Caníbal; com o Rodrigo
Oliveira, Assessor do Governador; com o Ubiratan de Souza, representante dos
presos políticos; com a Maira Taborda, do Movimento Fora da Ordem; com a Ariane
Leitão, do Movimento dos Direitos Humanos de Porto Alegre; e com a Nina Becker,
do DCE da UFRGS. O Ver. Pedro Ruas está na coordenação desse Comitê. É uma
coincidência estarmos tratando do tema aqui denunciado em várias falas, e a
Ministra, nossa sempre Vereadora, está registrando. Vamos encerrar este momento
convidando a nossa Ministra para a sua manifestação na tribuna, marcando a sua
vinda à Câmara e a atenção que dará ao Comitê. Ministra, é uma honra tê-la
conosco. O púlpito é seu, mais uma vez.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Srª Presidenta, Verª Sofia Cavedon; Srª Secretária Estadual Márcia
Santana, cuidando de políticas para mulheres; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, eu já me acostumei a chamar muitos de vocês, além de colegas, de
presidentes; foram meus presidentes nesta Casa. Meu caro Ver. João Dib; meu
caro Ver. Luiz Braz; Ver. Elói Guimarães; senhores e senhoras, de um modo em
geral, eu me sinto muito contente em estar aqui com vocês nesta tarde, motivada
pelos direitos humanos e ouvindo o Ver. Pedro Ruas e também a Verª Maristela
Maffei. Ao mesmo tempo em que escuto esse debate com o Ver. Luiz Braz sobre
questões recentes e impactantes sobre a nossa cidade de Porto Alegre e os
compromissos que temos que ter com o mundo do trabalho e com os direitos
humanos, quero dizer de um aprendizado que tive nesta Casa antes mesmo de me
referir à matéria que me traz aqui e ao momento importante que terei em seguida
com os integrantes do Comitê Gaúcho pelo Direito à Memória, Verdade e Justiça.
Aprendi, nesta Casa, no convívio com vocês, que aqui, meu caro Ver. Reginaldo
Pujol, o debate é de ideias. Debatemos as ideias, não brigamos entre as
pessoas. A política é assim, é o debate de ideias, e o debate de ideias leva a Câmara
Municipal, certamente, a um dos lugares mais importante na política nacional.
Esta é uma Casa de ideias sobre o desenvolvimento de Porto Alegre, do Rio
Grande do Sul e do Brasil. Quantas vezes e quantos temas já perpassaram as
Comissões Permanentes e por este próprio Plenário! Tantas inovações, tantas
questões que projetaram Porto Alegre em diferentes governos a ser uma Cidade
que é referência para o mundo e que muito nos orgulha a todos e a todas aqui na
nossa Cidade, no Rio Grande e no Brasil. No tema dos direitos humanos, a minha
caminhada com os direitos humanos, eu me sinto muito honrada em ter sido
escolhida pela Presidenta Dilma para dirigir a pasta de Direitos Humanos da
Presidência da República, uma caminhada que também passa por esta Casa, pela
Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, por uma
Comissão que, nos diferentes temas da Cidade, procurou, assim como nos dias
atuais, Presidente Maria Celeste, estar atenta às questões que dizem respeito
ao nosso povo. E os direitos humanos são, não apenas, princípios filosóficos
apresentados, mas o desafio de sistemas de garantias que devem ser
estabelecidos, sejam nos direitos políticos, no direito à liberdade, à
participação conquistada pela nossa gente com luta, a própria vida democrática
deste País - e nós vivemos agora o mais longo período democrático da história
do Brasil -, seja nos direitos sociais, econômicos, culturais e nos direitos de
nova geração, que nós incluímos como direitos humanos, os direitos de cunho ambiental.
O Presidente Lula conseguiu conjugar, no Brasil,
desenvolvimento e direitos sociais, direitos humanos. Durante muito tempo, nós
dividimos esse debate: ou o Brasil crescia, ou o Brasil partilhava o seu
crescimento. O Presidente Lula estabeleceu novas diretrizes sobre a economia, e
hoje a Presidenta Dilma, tendo passado recentemente pela conferência das Nações
Unidas - ela hoje se encontra em Bruxelas, também diante da comunidade europeia
-, apresentou o Brasil como um país que não é um problema para o mundo, mas que
tem o modelo de desenvolvimento voltado ao desenvolvimento da nossa própria
gente, que procura estabelecer direitos como uma perspectiva de sustentação
econômica, também de médio e de longo prazo.
O Brasil que inclui é o Brasil que se coloca não
como uma potência para repetir os padrões de exclusão que as grandes potências
tiveram para conosco, o chamado Terceiro Mundo, mas o Brasil que inclui é um
Brasil aberto a todos os povos do mundo para cooperação. E a Presidenta Dilma
tem a mesma diretriz, ela escolheu, meu caro Deputado, Ver. Oliboni, para
projeto central do seu Governo uma palavra de ordem, para mobilizar o Governo e
a sociedade brasileira, e também o setor privado no Brasil, um país que voltou
a ter planejamento das suas ações: um país rico é um país sem pobreza. Isso é
um grande desafio, esse é um desafio para o Brasil em seu todo, no Nordeste, no
semiárido; na região Amazônica onde a nossa pasta de Direitos Humanos hoje
enfrenta os desafios dos madeireiros, da retirada ilegal de madeira, ou dos
grileiros, onde enfrenta a mortandade de sindicalistas. Esses temas são
corriqueiros do nosso trabalho na agenda de Direitos Humanos no Brasil,
enfrentar a miséria também é parte da agenda de Direitos Humanos no Brasil, e
produzir uma sociedade mais solidária, onde a violência não seja naturalizada,
corriqueira, quotidiana, mas que nos cause espanto, estranheza e indignação
como cidadãos e cidadãs, é a missão que temos.
Com esse objetivo quero, Srª Presidenta, uma vez
que a Câmara Municipal me oportuniza estar diante de vocês neste momento,
tratar de duas questões. A primeira, me colocar solidariamente diante da
família, dos colegas, dos trabalhadores da OAS, de todos os que estão nesta
obra hoje servindo a Porto Alegre, servindo ao desenvolvimento da Nação, homens
da construção civil, mulheres, muitas vezes, da construção civil, que, sem
dúvida, é nosso objetivo que tenham dignidade de trabalho e de vida onde quer
que estejam. Com esse sentido e me colocando plenamente solidária à família que
se encontra na Paraíba, aos colegas que hoje certamente vivenciam um dia de
trabalho, de dor, na medida da perda de um colega que, lado a lado com eles,
levava adiante cada um dos momentos daquela obra, queremos anunciar aos
senhores e às senhoras que o Governo Federal, através da Secretaria de Direitos
Humanos e da Secretaria-Geral da Presidência da República, do Ministro Gilberto
Carvalho, está coordenando esforços para um protocolo de responsabilidade das
empresas da construção civil com seus trabalhadores. Isso é um desafio para o
Brasil. Visitei Jirau e Santo Antônio, em cujos alojamentos tivemos uma
situação bastante difícil também. É difícil, onde temos uma obra de proporções
importantes sendo estruturada, como em Belo Monte, e numa série de grandes
alojamentos distribuídos por todo o Brasil.
De fato, não podemos fechar os olhos para uma
espécie de migração forçada entre regiões brasileiras que dificulta a vida dos
trabalhadores e que não pode estar à margem da legalidade, da responsabilidade
dos empregadores e dos entes públicos. As obras de infraestrutura do País têm
que estar coordenadas a partir de uma visão de interesse público, onde o Poder
local, a Câmara Municipal, em cada uma das Cidades, como aqui ocorre - neste
momento podemos ter uma belíssima exemplificação de como a Câmara se insere -,
mas é possível também a Câmara ter uma inserção
preventiva nessa condição. E, de modo especial, o próprio Prefeito José
Fortunati, o Governo Estadual, especialmente a Prefeitura Municipal é
importante que esteja neste momento também - e nós nos colocamos à disposição
da Prefeitura Municipal -, porque os acordos entre as empresas e as comunidades
locais são acordos que passam também pelas prefeituras municipais, por ajustes,
por condutas, por determinações que devem ter o interesse local, o
desenvolvimento local priorizado.
Vejam, senhores e
senhoras, quanto à Belo Monte, a Presidente Dilma foi muito clara, meu caro
Ver. Mauro Pinheiro: Belo Monte é uma grande obra, é importante do ponto de
vista energético para o Brasil, mas nós não faremos Belo Monte com a violação
dos direitos humanos. E nós estamos lá, hoje, com uma casa do Governo Federal,
atentos às situações, às contradições com os movimentos, à situação das
moradias, à situação da floresta, à situação das comunidades indígenas, ao
enfrentamento da exploração sexual, assim como estamos em várias regiões do
Brasil coordenando ações.
Nós não podemos
deixar de perceber que nas grandes cidades também temos obras e que devemos
exercer a mesma responsabilidade, com uma diferença: nas grandes cidades, o
poder local é capaz de coordenar essas iniciativas. Não há necessidade do
Governo Federal estar coordenando as iniciativas, mas o Governo Federal está
solidário, porque boa parte dessas obras, meu caro Ver. Pedro Ruas, há uma
consciência da nossa parte de que são também levadas adiante a partir do
financiamento público, do BNDES, da Caixa e dos Bancos públicos. E nós temos a
responsabilidade de levarmos adiante também o que é a qualidade de vida dentro
dos alojamentos para os trabalhadores, para o entorno na prevenção da
exploração sexual e da violência.
Portanto, eu me somo
à Secretaria de Direitos Humanos e à Secretaria-Geral da Presidência de como
estão trabalhando o planejamento desse acordo com toda a cadeia produtiva da
construção civil no Brasil, não apenas com as grandes empresas, mas com os
sindicatos. Nós recebemos recentemente grandes empresas que se dedicaram a nos
procurar e a nos dizer como devem ser os alojamentos, como eles precisam ser
para que estejam assegurados os direitos humanos. Pois, então, Câmara Municipal
de Porto Alegre, diga como devem ser os alojamentos. Façamos os acordos,
regulamentemos essa questão no âmbito das cidades. Isso é fundamental! E é um
poder real que as câmaras municipais têm, que as prefeituras municipais têm e
que o Governo Federal é solidário neste momento, e se somará. Nós vamos fazer
contato com a direção da OAS; vamos colocar na mesa que a Secretaria-Geral
deverá ter a poucos dias, a partir da escuta que tivemos aqui. Isso não diminui
qualquer um de nós diante dos problemas. Quando há violação dos direitos
humanos, o que devemos perceber é que não podemos jamais, queridas Presidentes,
Verª Sofia Cavedon e Verª Maria Celeste, fecharmos os
olhos diante disso. O Brasil se notabiliza por não fechar os olhos. Diante das
violações de direitos humanos, a melhor política, a única aceitável, eticamente
e moralmente a ser reconhecida, é assumirmos essas violações com
responsabilidade, enfrentarmos os problemas, e não fazermos de conta que os
problemas são com um ou com outro, com a transferência de responsabilidade que
muitas vezes marca a política nacional de forma negativa. Portanto, quero me
somar, mas dizer que o protagonismo está com esta Casa, e o Governo Federal
será parceiro solidariamente a essa família, aos trabalhadores e a todos que
estão nas obras brasileiras, levando este Brasil para frente.
Ao mesmo tempo, Srª
Presidente, ainda que não queira avançar no tempo que gentilmente me cedem,
quero registrar a importância do convite que recebi da Casa, aqui presente o
Desembargador Caníbal; meu caro Dr. Mauro
Borba; Ubiratã que também está conosco; integrantes; Ver.
Pedro Ruas também no comando desse processo, o Rio Grande do Sul tem um Comitê
gaúcho pelo Direito à Memória, à Verdade e à Justiça.
Essas três palavras
têm uma sintonia importante para o Brasil dos nossos dias. Nós, no Brasil,
estamos desafiados a olhar a nossa própria História, não da História que é
passado, porque toda a História impacta em quem nós somos. Tudo o que já
vivemos como Nação compõe a cultura política, social, o nosso fazer político no
cotidiano das nossas vidas como representantes do nosso povo.
Não vejo a História
brasileira como um passado acabado, morto, mas como ensinamentos e alertas que
continuam vivos, falando conosco, que temos a responsabilidade, sobretudo, de
defendermos o Estado Democrático de Direito, inaugurado em 1988, e a democracia
como um bem maior. É isso que estamos fazendo no Brasil, sob orientação aberta,
muito generosa da Presidenta Dilma Rousseff, quando ela nos orienta a
trilharmos um caminho para o Brasil sem revanchismo, mas com muito amor pela
nossa Pátria, pelo direito à memória e à verdade.
Na semana passada,
talvez um pouco mais do que isso, nós tivemos a aprovação, pela Câmara dos
Deputados, praticamente por unanimidade, da criação do Projeto de Lei que cria
a Comissão Nacional à Memória e à Verdade no País. Alguns setores criticaram.
Isso é da vida! Que bom! Muitas vezes é importante fazermos uma saudação porque
a democracia pressupõe estarmos abertos a ouvir os posicionamentos críticos, e
considero isso muito relevante, mas, por outro lado, nós estamos convictos,
assim como ouvi no pronunciamento dos senhores Deputados e Deputadas Federais,
de que a nossa geração está produzindo um encontro e que, assim como mais de 40
países ao redor do mundo tiveram Comissões da Verdade e trilharam das
informações mais claras, mais nítidas para um caminho de justiça, o Brasil
também poderá fazê-lo. Nesta mesma hora, temos pessoas, em vários lugares do
Brasil, ativistas dos direitos humanos ou integrantes do Governo, na busca dos
mortos e desaparecidos, e nós ainda não temos respostas. Nesta mesma hora, as
pessoas se perguntam se os que nos trouxeram até aqui, defendendo a democracia,
mas que não sobreviveram ao período de ditadura, não merecem de nós que
possamos dizer a verdade sobre o que ocorreu naquele período? Estamos muito
conscientes de que a Comissão da Verdade não está motivada pelo ataque pessoal
a quem quer que seja, sequer às instituições, porque vivemos hoje um período da
democracia, mas também estamos muito conscientes de que, quando uma nação não
consegue entender a sua própria história, essa nação terá mais dificuldades de
fortalecer a democracia como valor real para a vida de cada um e de cada uma. O
Rio Grande da Legalidade, o Rio Grande da resistência também nos orienta nesse
caminho, mas não temos medo das nossas próprias contradições, mas
principalmente procuramos na referência da melhor vivência política, que também
tivemos nesta Casa, a possibilidade concreta de unirmos ainda mais o Brasil, de
integrarmos ainda mais o Brasil, dessa vez, em nome de uma
palavra que, talvez, muitas vezes, deixamos de lado e não queremos sequer
dizê-la, por parecer pretensiosa, mas que, neste caso, cabe, é real diante do
que foi vivido naquele período da tortura, do desaparecimento forçado das
mortes. Diante disso, a palavra que nos une e que embala o Brasil é a palavra
verdade. E na aprendizagem que tive com vocês, nesta Casa, também me honra ter
a responsabilidade de levá-la adiante, como Comissão, e poder me dedicar –
quando falamos em Direitos Humanos – a todos os outros temas também pelos quais
batem os nossos corações: na defesa dos direitos das crianças, das pessoas com
deficiência, enfim, da liberdade de um modo geral, ou nas questões dos
trabalhadores, como muito bem foi lembrado aqui, na figura de um trabalhador
nordestino, um homem do Brasil, recentemente morto na nossa Cidade, mas que,
para nós, também vive como um símbolo, agora, de que nós precisamos cuidar dos
trabalhadores brasileiros, e esta é uma responsabilidade de todos nós.
Muito obrigada,
Câmara Municipal, estamos lá para servir ao Brasil, como aprendemos aqui. Muito
obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Atendendo ao
conselho e recomendação da Ministra, a violação de direitos humanos, temos de
encarar. Amanhã já tinha uma agenda com a Coordenadoria da Mulher do Município,
às 11h, para tratar exatamente da busca ativa para os serviços para as
mulheres.
E quero convidar a
Secretária de Estado, Márcia Santana, para, às 11h - sei que a Comissão de
Direitos Humanos tem uma ida ao Grêmio, à tarde -, juntamente com a Verª Maria
Celeste e as Vereadoras, especialmente -, nos reunir no Salão Nobre, para
tratar do tema da exploração sexual, que também é um fenômeno que já apareceu
nesse aglomerado de trabalhadores em torno da Arena do Grêmio. Chamaremos
também o Fórum Municipal dos Direitos da Mulher e o CMDCA, em uma reunião para
vermos que atitudes podemos tomar, Márcia Santana, para proteger as nossas
adolescentes e apresentar alternativas.
O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente, eu fico
grato pela oportunidade que V. Exª me permite, porque, como integrante da
Bancada do Democratas, Partido sabidamente em oposição ao Governo Federal, eu
não faria jus à minha tradição na
Casa se eu não colocasse, acima das minhas posições político-partidárias, o meu carinho, o
meu respeito à Ministra de Estado, nossa ex-colega, com quem labutei durante
algum tempo, obviamente em posições antagônicas, pelas nossas divergências
políticas, mas sempre de uma forma muito respeitosa.
É lógico que eu lamento que a sua presença seja num
dia em que a Casa está envolvida com um episódio lamentável, ocorrido na nossa
autopista, que ceifou a vida de um funcionário, de um empregado da OAS, na sei
se da Arena ou da obra federal que ali se realiza conjuntamente, mas, de
qualquer forma, todos nós estamos solidários com essa família de paraibanos
envolvida nesse fato. Com as várias versões sobre o fato, é óbvio que nós
iremos esclarecer tudo devidamente, porque é nossa responsabilidade.
Mas tudo isso não empana a nossa alegria de poder
recebê-la hoje, aqui. Nós continuamos com divergências, mas nem por isso
diminui a nossa atenção, o nosso carinho, o nosso respeito.
Queremos, na sua tarefa dura, difícil, lhe augurar
os melhores êxitos, na certeza de que, mais uma vez, esta Câmara de Vereadores
estará colaborando, não só com o Rio Grande do Sul, mas com o Brasil,
oferecendo dois Ministros de Estado, V. Exª e o Ministro Mendes Ribeiro, ambos
nossos ex-colegas aqui. Seja sempre bem-vinda a esta Casa, Ministra. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA.
PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Pujol, boa lembrança.
Quero encerrar este momento, convidando as
Vereadoras a fazermos um registro fotográfico - estamos em cinco Vereadoras:
Maria Celeste, Lurdes da Lomba, Maristela Maffei, Fernanda Melchionna e eu -
com a nossa Ministra, sempre Vereadora de Porto Alegre. Após, registraremos o
momento com os demais Srs. Vereadores.
(É feito o registro fotográfico do Comparecimento.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 17h23min): Havendo quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 4079/07 – VETO
PARCIAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 005/07, que institui o Sistema Municipal de
Unidades de Conservação da Natureza de Porto Alegre (SMUC – Poa) e dá outras
providências.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Mauro Zacher: pela manutenção
do Veto Parcial.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.
- Trigésimo dia: 28-09-11 (quarta-feira).
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em discussão o
PLCE nº 005/07, com Veto Parcial.
Solicito ao Ver. Toni
Proença que assuma a presidência dos trabalhos. (Pausa.) Ver. DJ Cassiá, por
favor, mil desculpas, fazemos questão, Vice-Presidente, que o senhor assuma a
presidência dos trabalhos. Eu não o tinha visto. (Pausa.) Então, está bem. O
Ver. Toni Proença dividirá a presidência com o Ver. DJ Cassiá, ambos parceiros
inestimáveis.
(O Ver. Toni Proença
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Adeli
Sell está com a palavra para discutir o PLCE nº 005/07, com Veto Parcial.
O SR. ADELI SELL: Eu bem que avisei
que este Projeto tinha problemas, que haveria alguns vetos. Eu só lastimo que a
base do Governo não tenha me ouvido no devido momento. Eu propus melhorias
substantivas no Sistema Municipal das Unidades de Conservação. Agora, o
Prefeito coloca alguns vetos parciais, que, na minha opinião, estão corretos, ou seja,
corrige equívocos do Projeto, porque, no Projeto original, mesmo vindo do
Executivo, havia erros. Eu tentei corrigir alguns, mas não me deram vez e voz,
agora, a razão está aqui. Eu tinha razão, por isso, voto com o Veto.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Beto Moesch está com a palavra
para discutir o PLCE nº 005/07, com Veto Parcial.
O SR. BETO
MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, esse tema
do Sistema Municipal de Unidade de Conservação é um tema em que, muitas vezes,
não há um interesse que talvez se pudesse ter, em virtude de ser um assunto de
ambiente natural e não de ambiente urbano, Sr. Presidente. Mas Porto Alegre
deve se orgulhar da sua história, porque possui três unidades de conservação -
nem todo município possui uma unidade de conservação -, que são as reservas da
nossa biodiversidade, das águas. O Parque Saint-Hilaire foi criado por possuir
um cordão de nascentes de vários arroios, já nos anos 50, em virtude do estudo
do Padre Rambo. Enfim, infelizmente, nem todos os Municípios possuem áreas que
ainda podem ser protegidas, e aqui, no Morro São Pedro, já está sendo criada a
IV Unidade de Conservação. Ou seja, Porto Alegre é uma cidade que possui
unidades de conservação, mas que não possui ainda um Sistema Municipal de
Unidade de Conservação, que é fundamental para criar os corredores ecológicos,
os quais ainda não tinham legislação e ligam reserva com reserva, não tinha
ainda instituído o próprio sistema, o que dificulta a realização de convênios
com entidades de pesquisas, dificulta a vinda de pesquisadores e cientistas. No
momento em que uma cidade apresenta não só Unidade de Conservação, mas
apresenta um sistema, ainda com corredores, ela pode se candidatar não só a
verbas com pesquisadores, como eu falei, mas também a contrapartidas de
empreendimentos, que inclusive não são licenciados pelo Município, mas precisa
ter o sistema. E volto a insistir, nem todas as cidades possuem.
Os dois Vetos: um, do próprio Poder Executivo, que
traz, no texto original, o percentual de contrapartidas do empreendimento. Nós
temos uma Lei Federal que diz que empreendimentos que causam significativo
impacto ambiental, principalmente em ecossistemas ainda remanescentes na
cidade, devem destinar, no mínimo, 0,5% do valor do empreendimento para uma
Unidade de Conservação. Mas, Sr. Presidente - isso é importante colocar -, era
no mínimo 0,5%, e uma decisão jurisprudencial que foi muito comentada entendeu
que o órgão ambiental, seja Ibama, seja Fepam, seja SMAM - não importa qual
órgão -, tem que continuar seguindo o mínimo de 0,5%. O texto fala em 1% a 4%,
por quê? Porque o mínimo era de 0,5 % e já estava se disponibilizando 1% ou até
2%, normalmente, para os empreendimentos. Com a decisão judicial, o órgão
ambiental não tem mais essa atribuição de estipular, em lei, os valores do
empreendimento, e, sim, estudar caso a caso. Portanto, seguindo essa decisão
jurisprudencial do ano passado, cabe, sim, o Veto.
O outro, uma Emenda do então Ver. Guilherme
Barbosa, bem intencionada, mas que não dialoga com o Sistema Nacional de
Unidade de Conservação. Então, o Município não pode, em hipótese alguma,
divergir da sistemática nacional. Portanto, o Veto está correto - parágrafo e
artigo de uma Emenda -, mantendo o Projeto na sua essência. Isso coloca o
Município de Porto Alegre entre as poucas cidades no Brasil que possui um
Sistema Municipal de Unidades de Conservação, preservando com isso não só a sua
biodiversidade, mas também se candidatando para conseguir verbas de convênios
com pesquisadores e órgãos de pesquisa, ou até mesmo de contrapartidas de
empreendimentos fora do Município de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Não há mais quem queira discutir. Em votação
nominal, solicitada pelo Ver. João Antonio Dib, o PLCE nº 005/07, com Veto
Parcial. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 25 votos NÃO. Mantido
o Veto Parcial.
Em votação o Requerimento s/nº, de autoria do Ver.
Nilo Santos, que requer renovação de votação do PLE nº 013/11. (Pausa.) O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do
Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Nilo Santos.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: O Requerimento que estamos discutindo tem, sim,
grande relevância. É importante que possamos discuti-lo, porque a maioria aqui
desta Casa rejeitou um Projeto em que o DMAE propunha vender um conjunto de
áreas públicas e não houve votos suficientes para a sua aprovação. Bom, se não
houve votos suficientes para aprovação, o Projeto não foi aprovado, e, se não
foi aprovado, foi rejeitado. É a dialética, meu querido João Antonio Dib.
Pede-se aqui para renovar a votação do Projeto. Eu
quero discutir aqui a essência. Não houve votos suficientes para ele ser
aprovado, porque, na sua essência, a grande maioria dos Vereadores desta Casa
são contra vender áreas públicas que não possam ser destinadas à Habitação de
Interesse Social. É isso que está em discussão novamente. Portanto, é
importante cada momento do movimento nacional. O Sr. Prefeito Municipal, há
poucos minutos, recebeu todos os movimentos sociais; o Governador Tarso Genro
recebeu os movimentos sociais; o Presidente da Assembleia Legislativa recebeu
os movimentos sociais; amanhã, a Presidente Dilma estará recebendo os
movimentos sociais. Uma das principais pautas que os colegas trabalham aqui com
as comunidades de base é ter terras públicas para poder absorver os recursos
que estão disponíveis hoje para construir habitação. Portanto, o Governo tem
que dar outro destino para esse Projeto que não seja vender. Tem que orientar
para que seja criado um fundo municipal de terras destinado à Habitação de
Interesse Social. Portanto, o meu voto é contra a renovação da votação. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Não há mais quem queira encaminhar. (Pausa.) Em
votação o Requerimento s/nº, de autoria do Ver. Nilo Santos. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver.
Engenheiro Comassetto.
Em decorrência da aprovação do
Requerimento, a votação do Projeto deverá ocorrer novamente na quarta-feira,
dia 5 de outubro.
REQUERIMENTO - VOTAÇÃO
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ.
Nº 077/11 – (Proc. nº 3288/11 – Ver. Elias Vidal) – requer a
realização de Sessão Solene, no dia 21 de outubro, às 17 horas, destinada a
assinalar o transcurso dos 40 anos da Universidade Ritter dos Reis (UNIRITTER).
O
SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Em votação o Requerimento nº 077/11, de autoria do
Ver. Elias Vidal. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se
encontram. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento s/nº,
de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que solicita a retirada de tramitação
do PLL nº 100/10, que revoga o inciso I do parágrafo único do art. 1º da Lei nº
9.989, de 5 de junho de 2006. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.
Apregoo o Processo nº 3328/11, de
autoria do Ver. Adeli Sell (Lê.): “Exmo Senhor Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, solicito autorização para representar esta Câmara
Municipal no evento ‘Encontro de Comunicação Integrada no Legislativo’, na
cidade de Caxias do Sul, RS, Brasil, a realizar-se no dia 5 de outubro de 2011.
Solicito ainda que, por conta da Quota Básica Mensal, regulamentada pela
Resolução de Mesa e Lideranças nº 06/05, o custeio de meia diária e passagens
aéreas com saída no (...). Conforme dispõe o artigo 24-B, da Resolução de Mesa
nº 248/01, desejo o parcelamento da despesa: (sim). (2) nº de parcelas (de 1 a
12). Porto Alegre, 30 de setembro de 2011”.
Apregoo o Processo nº 03348/11, de autoria da Verª
Sofia Cavedon. (Lê.): “Exmo Sr. Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, solicito autorização para representar esta Câmara Municipal no
evento ‘Reunião do Ministério do Desenvolvimento Agrário’, na cidade de Brasília,
DF, q a realizar-se no período de
6/10/2011 a 7/10/201”.
Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico:
Ata
da 77ª Sessão Ordinária; Ata da 78ª Sessão Ordinária; Ata da 79ª Sessão
Ordinária; Ata da 80ª Sessão Ordinária; Ata da 81ª Sessão Ordinária; Ata da 19ª
Sessão Solene; Ata da 20ª Sessão Solene; Ata da 21ª Sessão Solene; Ata da 14ª
Sessão Extraordinária; Ata da 15ª Sessão Extraordinária; Ata da 16ª Sessão
Extraordinária. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que as aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADAS.
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença – às 17h40min): Encerramos a
Ordem do Dia.
Passamos às
O Ver. Mauro
Zacher está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. Nelcir
Tessaro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Adeli
Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nilo
Santos.
O SR. ADELI
SELL: Eu queria, antes de mais nada, agradecer ao colega Nilo Santos pela
cedência do seu tempo. Quero tratar de um tema que considero da mais alta
relevância. Queria falar especialmente aos Líderes da base do Governo, ao Ver.
Mauro Zacher, ao Ver. Idenir Cecchim, ao próprio Nilo Santos e ao Líder do
Governo, Ver. João Dib. Nós temos um problema a ser resolvido em Porto Alegre,
que é a questão do mobiliário urbano. Nós estamos tremendamente atrasados, Ver.
Cecchim! Não podemos mais continuar na atual situação. Eu sei que foi aberto um
edital de manifestação de interesse comercial, mas as coisas se arrastam, se
arrastam... Nós já tivemos reuniões na Comissão de Urbanismo; o Comassetto
chamou a reunião. Nós tivemos reunião na própria CCJ, e não estamos vendo
nenhuma evolução, absolutamente nenhuma evolução na questão do nosso mobiliário
urbano. Isso tem que mudar, e mudar o mais rapidamente possível. Eu acredito
que o mobiliário urbano tem que ser um elemento de embelezamento da Cidade, de
luta incessante contra a poluição visual. Hoje, reparem só, nas ruas mais
sofisticadas da Cidade as senhoras e os senhores vão encontrar painéis
completamente inadequados, painéis de publicidade, às vezes, numa loja, num
prédio que é do patrimônio histórico. De que adianta nós tratarmos de preservar
um patrimônio, se ele não é visto, porque nós temos obstáculos, muitos obstáculos,
e deixa a população tremendamente irritada por essa violenta poluição visual.
Nós temos que ter um padrão, e o padrão começa com o mobiliário urbano.
Nós, o Ver. Ferronato, o Ver. Valter Nagelstein,
hoje Secretário, e eu, fomos a Rosário, na Argentina, e lá nós vimos o cuidado,
o carinho com o mobiliário urbano. Parada de ônibus limpa, com banco, e uma
pequena publicidade com iluminação. Hoje, o que nós vemos? V. Exª, Verª Lurdes,
ao passar, necessariamente, pela Av. Bento Gonçalves, vê o quê? Todas as paradas
de ônibus com cartazes sujos, pichados e com os telefones das empresas. Há uma
lei do Ver. Isaac Ainhorn que diz, inclusive, que o Poder Público tem que
anotar, notificar, e essas empresas jamais poderão participar de qualquer
certame público. Vamos fazer uma homenagem à memória de Isaac Ainhorn, que foi
o autor dessa lei, preocupado com a estética urbana.
Então, minhas senhoras e meus senhores, nós
precisamos ter uma preocupação, e aqui, quando se faz essa cobrança, eu queria
que a base do Governo entendesse como uma colaboração, uma colaboração com a
estética urbana de Porto Alegre. Nós precisamos, Ver. Comassetto, ter um
mobiliário urbano qualificado, moderno, bancado com publicidade. Não é possível
nós termos a falta de banheiros públicos. É inconcebível que nós estejamos
aprontando a Praça da Alfândega e tenhamos a total falta de banheiros públicos.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) A equipe municipal, coordenada pela arquiteta Izabel, se comprometeu a
vir a esta Casa, no dia 8 de novembro, para apresentar as diretrizes para o
edital público para concorrência. Estamos no aguardo que essa elaboração esteja
feita até essa data.
O SR. ADELI
SELL: Vereadores, lá se vão mais 35 dias; em março deste ano, nós tivemos essa
promessa. Eu espero que não demore tanto e que nós tenhamos um novo e moderno
mobiliário urbano na cidade de Porto Alegre. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra em
Comunicações.
O SR. PAULINHO
RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Ver. Toni Proença; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, venho a esta tribuna, primeiro, pedir desculpa à Bancada do PMDB,
aos Vereadores que compõem, nesta Casa, a Bancada do PMDB, e também pedir
desculpa ao Secretário Fernando Záchia, da SMAM. Não poderia deixar passar em
brancas nuvens o que o Secretário-Adjunto da SMAM tem feito. Lamentavelmente,
ele, que é Suplente de Vereador e já assumiu nesta Casa, tem uma
desconsideração, talvez não só com este Vereador, mas uma falta de
sensibilidade muito grande. No ano passado, cada Vereador fez uma emenda, foram
às Secretarias, conseguimos realizar a tal obra com o tal recurso. Esse
cidadão, conhecendo os procedimentos da Casa e conhecendo a parceria que temos,
deveria ser mais correto com este Vereador e com o povo que nos solicitou a
emenda, principalmente porque é uma emenda pequena, no valor de R$ 30 mil, o
cercamento de uma área de lazer, de um campo de futebol onde há mais de três
escolinhas de futebol; simplesmente ele ignora completamente isso, simplesmente
ele se faz de bobo, e de bobo ele não tem nada. É lamentável que tenhamos que
vir a este microfone, reconhecendo a capacidade do Secretário Luiz Fernando
Záchia, que encaminhou a ele, solicitou a ele, na minha frente, que
despachasse, que desse prosseguimento e colocasse em prática, e ele está
levando, e vai acabar o ano e vamos perder a emenda.
Eu quero alertar ao Sr. Carús, Secretário-Adjunto,
que tem muito pouco compromisso com a questão ética, eu vou levar a essa
comunidade com mais de 30 mil moradores, no Conjunto Residencial Rubem Berta, a
decisão que ele toma de ignorar este Vereador e ignorar a emenda construída em
parceria com os Vereadores desta Casa e com o Poder Executivo. Lamentavelmente,
há pessoas que não deveriam estar onde estão, porque não cumprem, querem estar
acima da lei e dos acordos legais, morais e éticos. Quero dizer ao Sr. Carús
que sou oriundo do PMDB, pelo qual tenho o maior respeito, e tenho muitas
amizades dentro do PMDB, mas este Vereador vai vir aqui nesta tribuna e na
comunidade colocar as decisões dele; ele está segurando a emenda, não quer
fazer a obra, está empurrando com a barriga, não quer sequer receber o Vereador
ou atender ao telefone. Peço desculpas mais uma vez, tenho certeza absoluta,
empenho a minha palavra, de que isso não tem a participação do Secretário
Fernando Záchia, isso é uma politicagem desse Secretário-Adjunto que não tem
compromisso com o que foi acordado dentro desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em
Tempo Especial.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito obrigado, Sr.
Presidente, camarada Toni Proença, na presidência dos trabalhos; meus colegas Vereadores,
Vereadoras, senhoras e senhores, quero fazer o Relatório de Viagem que realizei
nos últimos dias 14, 15 e 16, participando do Conselho Nacional das Cidades,
representando a Frente Nacional dos Vereadores pela Reforma Urbana.
Nessa oportunidade,
demos um avanço importante na consolidação e na criação da Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano. Nesse dia, o Conselho Nacional das Cidades concluiu um
trabalho que vem realizando já há quatro anos, quando apresentou uma Minuta ao
Ministro das Cidades, Sr. Negromonte, criando a Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano que apresenta a criação de um Sistema Nacional de
Desenvolvimento Urbano bem como um Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano, e
responsabiliza a União, os Estados e o Município para constituir, Ver. Pujol -
o senhor que é um legislador que trabalha o tema da Reforma Urbana, da política
urbana... Então nós concluímos e apresentamos essa Minuta que cria a Política
Nacional de Desenvolvimento Urbano, a qual entregarei uma cópia à nossa
Presidência para que cada um dos colegas Vereadores e Vereadoras tomem ciência,
porque os grandes programas nacionais estão sendo constituídos, são os
programas de habitação, como o Minha Casa, Minha Vida; são os programas de
saneamento ambiental, em que todos os municípios do Brasil têm que realizar os
seus planos municipais de saneamento básico; são os programas de mobilidade
urbana, em que todos os municípios do Brasil estão debruçados e preocupados com
a grande problemática que as cidades estão enfrentando, pois estão parando
devido à grande política desenvolvida no setor de metal-mecânica e na
construção automobilística com a facilidade de adquirir um automóvel, com a
ascensão de 25 milhões de brasileiros excluídos que aderiram à rede de consumo.
Obviamente que as nossas cidades acabam sofrendo com a
evolução e com a geração de riquezas, e para isso precisam ser reestruturadas.
Portanto, o tema da Mobilidade Urbana, e, por último, o tema do Planejamento
Urbano e do Território. Esses temas não podem ser trabalhados isoladamente, não
podem ser trabalhados só pelo Município, ou só pelo Estado ou só pela União,
cada um dos entes federativos tem uma responsabilidade. Por exemplo, o programa
grandioso Minha Casa, Minha Vida, se os Municípios não se empenharem em
realizar o trabalho, em aplicar o Estatuto da Cidade, em identificar os vazios
urbanos, ter políticas de assentamento, trabalhar a Reforma Urbana, trabalhar a
Regularização Fundiária, e, no caso especifico de Porto Alegre, que temos ainda
750 vilas irregulares, prezado Toni Proença, a Política Nacional de
Desenvolvimento Urbano não avançará. Portanto, o Município tem um papel
importante e fundamental e tem que responder a essa política.
Essa Minuta que
produzimos, o Conselho Nacional das Cidades produziu - quero deixar uma cópia a
V. Exª para que todos os colegas tomem conhecimento -, agora vai ser enviada à
Presidente Dilma que encaminhará na forma de projeto de lei ao Congresso
Nacional. Nós esperamos que, no próximo período, que não seja muito longo,
possamos aprovar o projeto de lei que institui uma política nacional de
desenvolvimento urbano, que institui o sistema nacional de desenvolvimento
urbano como são outros temas que já têm o seu sistema, como o sistema da saúde,
o sistema da educação, que envolva a sociedade civil, o Poder Público, os entes
municipais, estaduais e federal.
Também trabalhamos,
no pleno do Conselho das Cidades, o tema do Pacto Nacional pela Redução de
Acidentes no Trânsito, em que foi lançada uma grande campanha nacional, bem como
a discussão do orçamento do Ministério das Cidades para 2012. Esse orçamento
envolve mais ou menos a próxima LDO e o Plano Plurianual para o Ministério das
Cidades, um recurso de mais de R$ 100 bilhões para serem aplicados dentro da
Política Nacional de Desenvolvimento Urbano.
Portanto, Sr.
Presidente, venho aqui, mais uma vez, prestar contas do trabalho que
realizamos, representando esta Casa, bem como a Frente Nacional dos Vereadores
pela Reforma Urbana no Conselho Nacional das Cidades. Muito obrigado, um grande
abraço.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu ouvia agora o Ver. Comassetto, que faz
parte da Frente Nacional de Mobilidade Urbana, e até fico um pouco inibido de
usar a tribuna logo após a fala do Vereador com esse alcance, que dialoga com
as maiores figuras desta Nação e que certamente sempre tem informações muito
preciosas para oferecer à Casa e à população da Cidade. Mas eu, que sou
simplesmente Vereador de Porto Alegre e integrante do Democratas e, por
conseguinte, estou fora do Governo, motivado pelo belo pronunciamento do Ver.
Comassetto, ingresso nesse assunto, porque evidentemente o Brasil inteiro, Ver.
Idenir Cecchim, olha com um certo desespero esse anúncio repetido de enormes
providências que serão tomadas por esta Nação com o objetivo de enfrentar
algumas das nossas piores mazelas. E eu não conheço problema maior do que a falta
de moradia que a população pobre deste País continua a enfrentar, vivendo em
casebres, vivendo em condições insalubres, comprometendo a sua saúde, enfim,
comprometendo inclusive a dignidade da sua vida. Nós, Ver. Toni Proença, que
dirige os trabalhos, há muito tempo temos ouvido essas informações que nos
chegam a respeito da construção de milhares de habitações populares em favor da
população de baixa renda, e a gente anda por este Brasil e não encontra essas
milhares de habitações na faixa da baixa renda. Porto Alegre, inclusive, Ver. Comassetto, quero lembrá-lo de uma circunstância, tem tido, por
todas as razões do mundo, o pior dos desempenhos. O desempenho no Brasil é
ruim, o desempenho do Rio Grande do Sul é péssimo e o desempenho de Porto
Alegre é pior ainda. Não há como “tapar o sol com a peneira”.
Ainda agora, há pouco
tempo, nós aprovamos o Veto do Sr. Prefeito, muito bem colocado, ao Projeto das
Unidades de Conservação, porque o que eu vejo, Ver. Comassetto - e V. Exª vai
muito em breve se colocar diante desse problema -, é que muitas das Leis que
nós aprovamos aqui são não só ignoradas pela estrutura administrativa do
Município, mas, muitas vezes, até contestadas.
Por exemplo, nós
entendemos que era uma Área de Interesse Social aquela área próxima do Chapéu
do Sol, que V. Exª, inclusive, conseguiu colocar no Plano Diretor como área
urbana; essa mesma opinião não encontramos nos escalões na Secretaria do
Planejamento e muito menos na Secretaria de Meio Ambiente.
Então, eu acredito
que nós estamos vivendo um momento extremamente perigoso, porque se estimula a
população a respeito da possibilidade de ela ter acesso à casa própria e, logo
ali adiante, o Governo Federal não cumpre, o Governo Estadual vacila e o
Governo Municipal não ajuda.
E eu sempre disse que
eu não acredito em programa de habitação popular que não tiver o
comprometimento do Município. Sem o Município, não sai nada! Todas as
experiências que se fizeram neste Brasil, inclusive no tempo do Sistema
Financeiro de Habitação, do Banco Nacional da Habitação, os projetos da Cohab
eram ruins e os projetos das Cohabs municipais eram muito bons.
O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, quero
concordar com a sua fala e dizer que o Projeto de Lei que foi aprovado, do
Minha Casa, Minha Vida 2, sancionado ainda pelo Presidente Lula, diz que uma
comunidade, se estiver numa área que é considerada ou gravada como APP, se for
comprovada uma melhoria ambiental, está por si só justificada. Entre elas, por
exemplo, a maioria das vilas que estavam em encostas, que não correm risco,
somente o tratamento de esgoto que vai ser realizado já justificou.
E a SMAM não analisa esses temas à luz da Lei Federal.
O SR.
REGINALDO PUJOL: V. Exª vai observar, em pouco tempo, que aquelas
áreas que nós identificamos, aqui, como áreas da demanda prioritária da
habitação, são questionadas. Primeiro, nós fizemos um Plano Diretor que
desestimula que seja construída a primeira zona fiscal, da Macrozona 1, em
termos de planejamento. Segundo, nós entendemos - eu até tenho opinião
divergente -, a grande maioria entende que não se deve pegar os vazios urbanos
aqui, que são poucos, para colocação de Habitação de Interesse Social. Onde é
que nós vamos colocar a população pobre, então?
Vereador, no tempo que me resta, quero fazer um
protesto amplo. Eu, na minha condição de liberal, entendo que, sempre que
possível, o Estado deve deixar que a sociedade por si só realize as suas
tarefas, e reconheço que tem determinadas áreas que sem a intervenção do Estado
- Estado como ente, não o Estado do Rio Grande do Sul, o estado federativo -,
sem a sua intervenção, não encontramos soluções.
Hoje temos montado um esquema em que o Governo
Federal financia, o Governo Municipal entra com os terrenos e a Caixa Econômica
Federal vai ser a maior latifundiária do mundo só com os terrenos dos
Municípios. Só aqui em Porto Alegre são centenas e centenas de hectares, de
leis que passam por aqui e que nós vamos aprovando para o Minha Casa, Minha
Vida, e não sai casa nenhuma.
Então, eu faço esta denúncia com a responsabilidade
de ser um liberal. Os Estados membros, as unidades federadas, os Municípios,
especialmente, das grandes cidades, estão claudicando nesse particular. E isso,
Ver. Cecchim, pode ter consequências irreparáveis. Como é que nós vamos
combater a invasão, a ocupação? Como é que vamos dizer para o povo que eles
esperem pelos programas sociais, se esses não existem?
Parece até que a gente quer estimular a população
pobre a ocupar os terrenos que estão vagos e deles usufruir da forma que Deus
permitir.
Por isso, este alerta
e esta denúncia à Nação: não se brinca com a pobreza, não se faz um discurso
permanente em cima do pobre, não se ilude eternamente o pobre! Um dia ele se dá
conta. E, na sua inconformidade e na sua repulsa, pode tomar atitudes que nós,
democratas, não queremos que ocorram.
Ontem, o exemplo que
houve lá nas proximidades da Arena do Grêmio, com aquele indigitado cidadão,
que não sei se era funcionário da OAS que faz a obra do Governo Federal ou da
OAS que faz a Arena do Grêmio, toda aquela revolta que houve é porque há, em
cima disso, um material combustível acelerado, porque, enquanto as pessoas
tiverem que vir da Paraíba, de Sergipe, de Alagoas atrás de um emprego na construção
civil, este País não é o que dizem todos na televisão, não é o País que o Lula
nos contou, tampouco aquele que a Dilma está dizendo lá no Exterior. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver.
Reginaldo Pujol, pela compreensão.
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nelcir
Tessaro, e depois prossegue sua manifestação, por cedência de tempo do Ver.
Mauro Zacher.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente,
queria aproveitar a presença do “grande” número de Vereadores que temos aqui,
neste momento, para esclarecer, principalmente ao Ver. Paulinho Rubem Berta,
que deve se encontrar no seu gabinete, que já tem uma resposta pronta da SMAM.
Ele reclamou do Secretário Adjunto, André Carús. Tanto ele como o Secretário
Záchia me garantiram ao telefone que esse assunto já está resolvido, e que,
quanto ao campo que o Ver. Paulinho Rubem Berta solicita na praça do bairro
Rubem Berta, estão só esperando o Vereador para combinarem o dia de iniciar a
obra. Inclusive, disseram mais: a Emenda do Vereador era de 30 mil, me parece,
e faltou, não chegaria para fazer o trabalho, e a SMAM faz a complementação, e
a obra será realizada. Então, Ver. Paulinho Rubem Berta, que está no seu gabinete
nos escutando, certamente, já temos a resposta pronta e imediata do Secretário
Záchia e do Secretário Adjunto, André Carús, nosso colega Vereador. Isso me
alegra muito, o Governo está atento, nos ouvindo e dando respostas rápidas. É isso
que os Vereadores desta Casa sempre esperaram, e terão uma resposta,
certamente, tanto do Secretário Záchia quanto do Carús, prontamente, conforme
as solicitações.
Eu também queria falar que hoje foi um dia triste;
eu fiquei muito triste nesta Câmara de Vereadores, Ver. Adeli Sell. Eu senti
muitas falas de Vereadores como falas de abutres em cima de um falecido, em
cima de um homem pobre, trabalhador, que foi atravessar a freeway e foi atropelado, como acontece com muitos, todos os dias,
infelizmente, neste País. Agora, por que eu digo pronunciamento de abutres? Por
que não é possível querer faturar em cima da desgraça de um pobre nordestino.
E, pior, trataram os nordestinos como se fossem sub-raça, que vêm do Nordeste
para cá e são abandonados. Não, eles são trabalhadores iguais ao Presidente
Lula, que veio de Garanhuns! Esses trabalhadores da OAS são nordestinos, mas são trabalhadores, então tem que haver
respeito. Não precisa, em cima da morte de alguém, fazer média, até porque quem
tem que fiscalizar aquela obra é a Delegacia do Trabalho, Superintendência do
Trabalho, que é do Governo Federal! Que negócio é esse de vir aqui culpar a
Prefeitura? Que negócio é esse, Srs. Vereadores? Ou não sabem que quem cuida
das obras, aliás, essa Superintendência já fiscalizou aquela obra para fazer
média e manchete! E se fiscaliza para fazer média e manchete, tem que cuidar
também! E quem cuida da segurança nas estradas também é órgão federal; é
concedida, mas a Polícia Rodoviária Federal tem que fazer uma sinalização,
alguma coisa lá. E o Ver. Pujol disse muito bem: a OAS está construindo a Arena
do Grêmio, mas está construindo a BR-448 - não é isso? -, a Rodovia do Parque.
Então, alto lá! Não adianta vir Ministro, vir Vereador, sei lá quem, como
abutres em cima de um morto, porque tem que olhar bem como aconteceram os
fatos. Não é em cima de um incêndio lamentável, não é em cima de um morto,
pobre morto, nordestino, trabalhador. Aqui, os nordestinos foram tratados como
uma sub-raça pelos Vereadores nesta tarde, e não são!. Eles são nordestinos
iguais ao Presidente Lula, que veio de Garanhuns para trabalhar em São Paulo,
como muitos nordestinos trabalham lá! Agora, querer negar emprego aqui, porque
são nordestinos, isso não! O que os Vereadores falaram hoje à tarde aqui é
negar posto de trabalho só porque são nordestinos! Não, eles são muito úteis,
são trabalhadores, porque falta mão de obra em Porto Alegre! Que bom que falta
mão de obra, que está todo mundo empregado e que precisa vir gente de fora!
Agora, que não se faça disso discurso fácil de direitos humanos! É obrigação de
todos nós cuidarmos dos direitos humanos e não só da Comissão! Que não venham
aqui fazer média, fazer comissão para visitar obra! Por que não foram antes?
Essa obra está aqui há um ano e meio! Por que esperam alguém morrer para fazer
isso? Por quê? Precisa morrer alguém para irem lá olhar? Não precisa e não
deve!
Estão se preocupando, agora, com a exploração
sexual de menores lá no canteiro. Tem que se preocupar, então por que essas
Vereadoras e esses Vereadores que reclamaram tanto aqui não se preocupam com a
exploração sexual de menores ali na Rua Voluntários da Pátria? Ou elas não
sabem onde é que fica? Ou nunca viram? Verª Maria Celeste, nunca viram ali na
Rua Voluntários da Pátria? As pobres meninas estão ali sendo exploradas, e,
pior, com muita droga! Tem que cuidar disso também! Não dá para esperar alguém
morrer e tripudiar em cima de um pobre morto, que está lá sendo velado, e sei
lá se tem condições de ser levado para a sua terra natal! Tem que se preocupar,
anteriormente, com a família desse cidadão e depois se preocupar em fazer
discurso fácil. Não é assim, não! Nós todos estamos preocupados, mas vamos
fazer isso com muita calma. Não adianta tripudiar em cima, não!
Agora eu vejo a Verª Maria Celeste, e que bom que a
senhora está aqui, Vereadora.
A Srª Maria
Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Idenir Cecchim,
eu estava ouvindo o seu discurso do gabinete e me dirigi a este plenário para
dizer que a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança
Urbana recebeu algumas denúncias e eu acho que foi com esse enfoque que a
Presidenta está chamando - e talvez seja essa a sua argumentação - para
averiguar a questão do combate à exploração sexual de crianças e adolescentes
no bairro Humaitá. Então, eu acho que seria bom a gente definir algumas coisas.
A Comissão de Direitos Humanos e a Frente Parlamentar de Combate à Miséria
projetaram um trabalho naquela região, independente da obra da Arena do Grêmio,
porque é uma das regiões que têm um alto índice de miserabilidade, em
decorrência das vilas que ali aportam. Então, a partir disso, nós iniciamos um
trabalho naquela região. Ocorre que, na semana passada, quando estivemos na
rede de atendimento ouvindo as lideranças das diversas entidades, das creches,
dos SASEs, dos serviços de atendimento, apareceu também, entre as denúncias,
problemas em relação à exploração de crianças de adolescentes do entorno - e a
Av. Farrapos também faz parte da região Humaitá. Portanto, essa é a preocupação
dessa reunião específica. Mas há um conjunto de ações que foram definidas,
inclusive a nossa ação de fazer a visita na obra da Arena do Grêmio, amanhã à
tarde, que já estava prevista. Lamentamos profundamente a morte do operário,
que veio antecipar a nossa ida hoje à tarde, exclusivamente pelo fato. As
outras ações estão definidas ao longo desse período, pela questão da região
Humaitá, não especificamente pela obra. A obra está dentro de uma região, como
uma das grandes populações da nossa Cidade também, o que aglomera um grande
número de trabalhadores; certamente, o entorno dessa obra tem vários problemas,
e é dessa forma que queremos tratar.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado pelos esclarecimentos, Vereadora.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Vereador, eu acho que a Verª Maria Celeste que, junto com a sua
Comissão, está diligenciando esse assunto, precisa levar em conta que há dois
canteiros de obras que ali se sobrepõem. Um é da obra do Governo Federal, a Rodovia
do Parque, cuja empreiteira se chama OAS, e a outra é a Arena do Grêmio. Como
os canteiros são quase que únicos e os alojamentos são comuns, tem que se fazer
essa diferenciação. O Governo Federal também tem que cuidar bem das obras que
contrata.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Obrigado.
A Srª Maria
Celeste: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu quero fazer uma
referência, Ver. Pujol: a Ministra Maria do Rosário colocou que o Ministério
dos Direitos Humanos, junto com a Secretaria-Geral do Governo Federal, estão
buscando construir um protocolo juntamente nesse sentido de haver respeito aos
Direitos Humanos em todas as obras do País, em todas aquelas que são do Governo
Federal e nas obras particulares, o que eu acho grande avanço nesse sentido.
Não estamos aqui para condenar nenhum empresário, nenhuma grande obra da Cidade
ou do País, mas nós queremos que os direitos dos trabalhadores sejam
respeitados acima de tudo. Então, esse Protocolo, essa Carta de Intenção - e
foi sugestão nas palavras da Ministra, hoje à tarde, que inclusive pudéssemos
construir com a Prefeitura Municipal algo nesse sentido - vai ajudar muito
nesse processo dessas grandes obras que teremos na Cidade, Ver. Pujol, só para
esclarecer. Muito obrigada.
O SR. IDENIR
CECCHIM: Muito bem, Vereadora. Os Vereadores que estão aqui, democraticamente,
têm o direito de dar explicação necessária, só que, aqui em Porto Alegre,
Presidente Toni Proença, os canteiros de obras das construtoras vão muito bem,
obrigado, eles estão limpos, organizados, com alimentação na hora certa. Dá
orgulho dos nossos construtores, Ver. Pujol, que se preocupam com os seus
funcionários. Podem passar em quase todos os canteiros, eu não fui em todos,
mas desses das construtoras conhecidas, principalmente, os canteiros de obras
estão organizados, com segurança, aliás, como eu reclamei que a Delegacia, ou
Superintendência não foi lá no canteiro antes, ou foi e liberou, também tenho
que dizer que eles dão muito duro nessas horas, e valeu a pena, porque, hoje em
dia, há segurança. Há muito tempo que não se vê, salvo alguns desmoronamentos
técnicos, mas os canteiros estão bem guardados, bem protegidos, e as pessoas,
das nossas construtoras de Porto Alegre, têm segurança e têm ambiente de
trabalho. Presidente, obrigado pela paciência e pela atenção dos companheiros
Vereadores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Idenir Cecchim, pela sua
compreensão. Volto a informar que estamos sem o servidor, ele está fora do ar,
portanto, estamos fazendo toda a cronometragem a olho.
Encerrado o período de Comunicações.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 2395/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/11, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que
proíbe as pessoas jurídicas beneficiárias de isenções, reduções da base de
cálculo ou outros benefícios fiscais do Município de Porto Alegre, bem como
seus proprietários, diretores e sócios-gerentes, de efetuar doações a campanhas
políticas individuais ou a partidos políticos, enquanto perdurarem os
benefícios concedidos, e estabelece sanções pelo não cumprimento ao disposto
nesta Lei. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 3139/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 148/11, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Henrique Anawate o logradouro público cadastrado conhecido como
Rua 6315, localizado no Bairro Guarujá.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 1949/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 080/09, de autoria do
Ver. Waldir Canal, que
declara de utilidade pública a Colônia de Pescadores Z-5 Ernesto Alves.
PROC.
Nº 2182/11 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 009/11, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que
altera o caput do art. 1º e a al. b do inc. II do art. 3º e
inclui § 3º no art. 1º, todos da Lei Complementar nº 555, de 13 de julho de
2006, alterada pela Lei Complementar nº 574, de 2 julho de 2007, dispondo sobre
a proibição do uso de produtos fumígenos em recintos coletivos e em recintos de
trabalho coletivo. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 2358/11 – SUBSTITUTIVO Nº 01, que
estabelece a obrigatoriedade da disponibilização, na rede pública
municipalizada do Sistema Único de Saúde (SUS), do exame ecocardiograma fetal à
gestante durante o período pré-natal, mediante recomendação médica, e dá outras
providências, ao PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO Nº 094/11, ambos de
autoria do Ver. Haroldo de Souza,
PROC.
Nº 2954/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/11, de autoria do
Ver. Nelcir Tessaro, que
denomina Rua Domingos Manoel Mincarone o logradouro não cadastrado conhecido
como Beco Dois – Estrada Barro Vermelho –, localizado no Bairro Restinga.
PROC.
Nº 3052/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 141/11, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Itacyr Rossi o logradouro público cadastrado conhecido como Rua
6449 – Loteamento Caminho do Sol –, localizado no Bairro Guarujá.
PROC.
Nº 3168/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 151/11, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Eduíno Ferreira da Fonseca o logradouro não cadastrado conhecido
como Rua 6 – Vila Valneri Antunes –, localizado no Bairro Mário Quintana.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Antes, se V. Exª permitir, vou usar a Liderança dos
Democratas.
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Está concedido o pedido.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, lamentavelmente, eu pago um preço muito alto por ser o único
Vereador de uma Bancada. Hoje, fui,
em determinado momento, convocado para enfrentar uma determinada situação que
me retirou do plenário durante um largo período, e eu desconhecia, como
acredito que a maioria da Casa, que nós iríamos receber, neste dia e naquela
hora, a visita da Ministra Maria do Rosário, de Direitos Humanos, e que essa
vinda haveria de casar com uma situação absolutamente lamentável ocorrida, no
dia de ontem, na Av. Castelo Branco, em última instância. Eu queria inclusive
até elogiar a Ministra de Estado, que foi muito inteligente na abordagem desse
tema, não se furtando de oferecer solidariedade à família da vítima do
incidente ocorrido ontem à tarde, mas também não deixando de reconhecer que,
lamentavelmente, esse assunto é até pequeno diante dos acontecimentos que
ocorrem em várias obras públicas patrocinadas pelo Governo Federal,
especialmente na construção das estações hidrelétricas, onde alojamentos
inteiros são queimados e outras séries de acontecimentos ocorrem, numa prática
que, parece, está se alastrando pelo País todo, porque não dá para haver uma
certa sintonia entre a ira de moradores com solidariedade pelos seus colegas
que faleceram - alguns até sequer eram colegas, porque eram vizinhos - com a
depredação que foi feita com o incêndio dos alojamentos ali ocorridos.
Hoje eu falei aqui sobre as carências da habitação
popular do Brasil. Muitos se assustam, chamam de Carandiru o alojamento que
existe lá, que é utilizado pelos empregados da OAS, que atende à Arena do
Grêmio e atende à obra Federal da Rodovia do Parque. Eu diria, Ver. Adeli, sem
nenhum temor, que nenhuma das pessoas que ali moram, na maioria das vezes, tem,
na sua residência melhor condição de vida do que há ali. É muito ruim? É. Mas
vocês sabem de onde vêm esses nordestinos, coitados? Vocês sabem onde está
morando o nosso povo pobre aqui de Porto Alegre? Já foram lá na Vila dos
Sargentos? Ali mesmo, na Areia? Olharam? Já foram lá no Campo da Tuca?
De uma hora para outra, a Arena do Grêmio é
responsável por esse negócio. Conversa! Se há centenas de trabalhadores do
Nordeste, é porque não houve mão de obra aqui em Porto Alegre, porque se tentou
ocupar o máximo possível de mão de obra daqui, e não houve. As pessoas não
querem trabalhar na construção civil. É um direito que as pessoas têm de
almejar um outro tipo de vida que não o de trabalhador da construção civil. Por
isso, quero deixar muito claro. Eu lamentei não poder estar aqui na hora, me
poupei e tenha absoluta certeza de que, mais do que elegante, eu fui respeitoso
com a Ministra que estava aqui presente, até fazendo coro com a sua
manifestação. Eu posso até divergir dela em alguns aspectos, mas foi feito de
forma muito correta, muito civilizada e muito respeitosa. Sinceramente, eu não
esperava que nós fizéssemos dessa mortalha esse incêndio que nós estamos
fazendo aqui, muito maior do que ocorreu lá no Humaitá. Opa, encontraram uma
camisa ensanguentada. Isso é lamentável, muito lamentável! Eu sou solidário,
pois é importante qualquer vida humana, e seria muito bom todas as vezes que
nós pudermos evitar que sua vida seja ceifada, mas, no mesmo dia em que esse
cidadão paraibano foi vitimado na autopista Castelo Branco, nesse mesmo dia,
por esse Brasil afora, por Porto Alegre afora, morreram, só aqui na Grande
Porto Alegre, quinze pessoas vitimadas em acidentes de trânsito. Tão lamentáveis
quanto esse acidente, só que não era perto da Arena do glorioso Grêmio
Foot-Ball Porto Alegrense.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Ver. Reginaldo Pujol, V. Exª vai usar a Pauta?
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, até para que ela possa ser
cumprida, eu acho que, se não houver nenhuma manifestação, V. Exª não vai dar
por cumprida a Pauta, eu quero que V. Exª considere essa minha intervenção como
uma manifestação no período de Pauta. O que assegura a V. Exª a possibilidade
de dar como cumprida a Pauta no dia de hoje, até porque eu tenho o apoio do
Ver. Adeli Sell no mesmo sentido.
O SR.
PRESIDENTE (Toni Proença): Obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. Como sempre V. Exª
muito atento, dando consequencia à nossa Sessão.
Encerramos a Pauta. Agradeço a presença de todos,
principalmente, o trabalho dos servidores desta Casa que tornaram possível a
realização desta Sessão. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h28min.)
* * * * *